7 maus hábitos que prejudicam os objetivos de Entrega Contínua

Maus hábitos são difíceis de mudar, principalmente quando são institucionalizados. Então, comece a mudar os comportamentos inadequados da sua organização hoje

Todas as empresas buscam formas para melhorar a entrega de novas capacidades digitais, aumentando a rapidez e a eficiência ao mesmo tempo em que reduzem seus riscos. Essencialmente, o objetivo é a Entrega Contínua – em que a diferença entre o reconhecimento de uma oportunidade de mercado e a produção do código necessário para responder a ela é quase inexistente.

Embora seja útil aprender as práticas recomendadas por aqueles que estão mais próximos desse ideal, também podemos aprender muito com organizações que ainda lutam para atingir seus objetivos de Entrega Contínua.

Assim, aqui estão sete maus hábitos muito comuns e que são um obstáculo crônico para a entrega digital das organizações:

Mau Hábito 1: Não levar a cultura a sério
Para nós, profissionais de engenharia, a noção de cultura pode parecer um tema muito sutil e subjetivo para ter relevância real em nossos trabalhos. Nós lidamos com realidades concretas, como modelos de objetos e memória transacional, e não com temas abstratos como a cultura do local de trabalho.

Porém, a cultura do local de trabalho é algo concreto na realidade, e que causa um profundo impacto na forma como as equipes técnicas trabalham em conjunto para atingir seus objetivos. Então, quando perceber que está se concentrando em processos e ferramentas que excluem a cultura, pare. Perceba como a liderança afeta sua cultura e faça dela uma verdadeira prioridade. Veja também: Local de trabalho chega a aumentar a receita das empresas em até 70%

Mau Hábito 2: Gerenciar com métricas incorretas
É difícil mudar hábitos antigos. Por isso, temos a tendência de manter a mesma métrica de desempenho que funcionava no passado, como as taxas de erros e tempos de resposta.

No entanto, métricas antigas podem inibir comportamentos necessários para o futuro. Por exemplo, aceitar que mais erros aconteçam no curto prazo para poder incentivar o aprendizado necessário no longo prazo. Talvez seja melhor permitir que algumas etapas anteriores do pipeline de DevOps demorem um pouco mais do que no passado, como parte do esforço mais importante em mover a garantia de qualidade à esquerda.

Mau Hábito 3: Multiplicar silos em vez de eliminá-los
No desenho Fantasia, há uma cena em que Mickey Mouse corta a “cabeça” da vassoura descontrolada – mas, ao invés de matá-la, cria centenas de vassouras descontroladas.

O mesmo pode acontecer com os silos. Por exemplo, só porque testes são realizados com mais frequência no processo de desenvolvimento de software, isso não significa que os silos do processo foram eliminados. É possível que uma enormidade de minissilos tenham sido criados. Para que o controle de qualidade seja realmente sem silos, é preciso garantir a integração perfeita com a própria codificação, utilizando controles adequados de automação e processo.

Mau Hábito 4: Deixar a segurança em segundo plano
Os líderes de DevOps travaram uma verdadeira luta nos últimos anos ao buscar a adoção do princípio Agile, a melhoria da conexão entre desenvolvimento e operações, a remoção do gargalo de controle de qualidade etc. Com essas dificuldades, é compreensível que muitos optem por deixar a segurança aos profissionais de segurança da informação.

Esta é uma escolha contraproducente. É possível, de fato, testar continuamente a segurança do código da mesma maneira que se testa continuamente para outros tipos de falhas funcionais. Se não for assim, o teste de segurança será uma restrição à Entrega Contínua, além de exercer uma pressão desnecessária nas equipes de segurança da informação, que já estão sobrecarregadas e dispõem de recursos insuficientes.

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Mau Hábito 5: Adotar automação insuficiente
Antes, os gerentes e executivos de TI consideravam a automação principalmente em termos de ROI para redução de custo com mão-de-obra. Ou seja, eles adotavam a automação pensando na redução de gastos em relação ao trabalho manual.

Essa lógica deixou de ser válida. Quando uma organização inteira depende da transformação imediata de ideias em código de trabalho, a automação de ponta a ponta é fundamental para sua existência. Portanto, se alguma parte do ciclo de vida de desenvolvimento do seu software ainda não foi automatizada – gerenciamento de requisitos, codificação, teste, promoção ou outro processo – faça-o o mais rápido possível.

Mau Hábito 6: Misturar integração contínua (CI, do inglês Continuous Intergration) com entrega contínua (CD, do inglês Continuous Delivery)
A integração contínua é uma disciplina essencial para os negócios digitais. É por isso que muitas organizações adotaram a tecnologia Jenkins e outras que garantem que o produto de trabalho do codificador possa ser realizado conforme a demanda para manter o desenvolvimento de software em andamento.

Mas CI não é entrega contínua. CD envolve muito mais do que simplesmente construir o pacote de códigos; também requer promoção rápida e automatizada de códigos e gerenciamento de versões. A reversão por push-button também é essencial para que, quando se encontrar algum problema na produção, seja possível sair rapidamente dessa situação com impacto mínimo na experiência do cliente.

Mau Hábito 7: Reutilizar de forma inapropriada
A melhor maneira de colocar códigos bons e seguros em produção de maneira rápida e econômica é já ter esses códigos de antemão. É por isso que a conteinerização e os microsserviços são muito úteis para as empresas digitais. Afinal de contas, reutilizar o código que já existe significa custo zero (ou quase) de desenvolvimento.

Infelizmente, muitas organizações ainda colocam a reutilização em segundo plano; na maioria dos casos, porque estão sob muita pressão para gerar ganhos de curto prazo. Mas para aqueles que não começarem a se preparar para reutilizar códigos agora, a desvantagem competitiva será grande nos próximos anos.

Maus hábitos são difíceis de mudar, principalmente quando são institucionalizados. É por isso que a liderança é tão importante. Então, comece a mudar os comportamentos inadequados da sua organização hoje e boa Entrega Contínua!

(*)  Aruna Ravichandran é VP Global de Produtos e Soluções da CA Technologies