Não é correto depositar toda a responsabilidade da segurança dos dados nos fornecedores de serviço em nuvem. É aconselhável ter uma camada extra de proteção, pensada para cada tipo de negócio
No fim de 2016 a Intel Security fez uma pesquisa com 100 executivos brasileiros responsáveis pela segurança corporativa em suas organizações. Um dos dados mais marcantes foi que 97% dos entrevistados disseram que a empresa onde atuam confia mais na computação em nuvem hoje do que há 12 meses. E a grande maioria (94%) deve aumentar o investimento em nuvem neste ano.
Estes números mostram que a confiança e a percepção positiva dos serviços de nuvem continuam crescendo ano após ano. Benefícios como custo atraente e a elasticidade dos serviços, que cobram apenas pelos ativos que estão em uso, estão levando cada vez mais empresas a adotarem a estratégia “Cloud First”, ou seja, considerar como primeira opção o modelo em nuvem ao comprar ou implementar aplicativos.
A pesquisa apontou que 53% das empresas mantém algum dado sensível na nuvem pública, mas apenas 38% dos entrevistados confiam plenamente neste serviço, e apenas 4% escolhem este como o único modelo para armazenar seus dados. A nuvem híbrida é a preferida pelos brasileiros. O País é o que mais usa nuvem híbrida em sua arquitetura, com 74% dos executivos optando por esse formato. Sem dúvida, esta confiança está atrelada à percepção de que os dados corporativos estão mais seguros na nuvem privada ou híbrida do que na nuvem pública.
O aumento da confiança na nuvem é extremamente benéfico para o mercado. No entanto, a migração para a nuvem, seja ela pública ou privada, necessita ser planejada desde o início considerando uma estratégia de segurança precisa e adequada. Não é correto depositar toda a responsabilidade da segurança dos dados nos fornecedores de serviço em nuvem, é preciso uma camada extra de proteção, pensada para cada tipo de negócio.
De acordo com a pesquisa, nas organizações brasileiras, o aumento do uso da nuvem pública se daria principalmente por três fatores: custo, garantia que os dados continuam sob controle e possibilidade de gerenciar vários serviços em nuvem. Os dois últimos podem ser alcançados com o uso de ferramentas de segurança especializadas capazes de expandir a visibilidade sobre as operações e centralizar o gerenciamento.
A transformação digital está mudando a forma como as empresas atuam e o aumento da atuação na nuvem é uma das principais marcas desta transformação. A estrutura de TI nas empresas está ficando cada vez mais complexa, além de proteger os dados, a segurança precisa oferecer suporte a novos dispositivos, aplicativos e serviços de nuvem que irão surgir num futuro próximo. A empresa que não se adaptar e não prover a segurança de seus dados e propriedade intelectual estará fadada a se perder pelo caminho.
(*) Márcio Kanamaru é diretor geral da Intel Security no Brasil