Rito de York ou de Emulação?
Postado Quarta-feira, 05 Novembro, 2008 as 1:40 PM pelo Ir:. Angelo Andres Maurin Cortes
Em 1813, ao se unirem Antigos e Modernos, na solene afirmativa do Act of Union foi dito, e até hoje é mantido como declaração preliminar no livro das Constituições da Grande Loja Unida da Inglaterra (1), que "a pura e Antiga Maçonaria consiste de três graus e não mais, a saber, os de Aprendiz Registrado, Companheiro de Ofício e Mestre Maçom, incluindo a Suprema Ordem do Santo Real Arco ("that purê Antient Masonry consists of three degrees, and no more, viz., those of Entered Apprentice, the Fellow Craft (2) and the Master Mason, including the Supreme Order of Holy Royal Arch").Fica desse modo bastante claro que, conforme os princípios ingleses (ou pelo menos da Grande Loja Unida), embora a complexa existência de círculos ou ordens além do grau 3, tais manifestações não são consideradas como puras, nem o Arco Real é tido como um grau extra, mas sim uma Ordem incluída nos três graus a que se reduz a dita pura Antiga Maçonaria. Paradigma estranho aos brasileiros, à medida em que estamos acostumados às diversas escalas da carreira maçônica ou graus, assim, por exemplo, os prestigiosos 33 graus do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA). A complicação é maior à medida em que se verifica, entre nós, o uso do nome Rito de York para designar a prática de sistema inglês, havendo dificuldade para distinguir o que é o efetivo Rito de York, nome tomado pela Maçonaria norte-americana para um dos ritos lá constituídos.
Harry Carr (3) expõe que nos Estados Unidos da América do Norte (EEUU), e em outras nações onde o REAA se estabeleceu com vigor, o título Rito de York tem servido para identificar um sistema que adiciona aos três graus básicos, outros que na Inglaterra, embora bem antigos, têm tratamento separado, com regulamentos ou estatutos próprios. Assim, lá nos EEUU, Maçom do Real Arco (Royal Arch Mason) é a sétima escala de uma série que, além dos três primeiros (Aprendiz, Companheiro e Mestre), possui os graus de Mestre da Marca (Mark Master), Mestre Passado (Past Master) e Mui Excelente Mestre (Most Excellent Master), praticados em Capítulos denominados do Real Arco, completando-se com outros seis graus no seio de duas oficinas superiores ao Capítulo, uma (Conselhos) para os três Graus Crípticos (Royal Master, Select Master e Super Excellent Master), outra (Comendadorias) para os três graus das Ordens de Cavaleiros (da Cruz Vermelha, de Malta e do Templo), respectivamente, compondo um sistema de 13 graus.
No Brasil, desse sistema americano, com jurisdição instituída pelo The General Grand Chapter of Royal Arch Masons, International (Grande Capítulo Geral de Maçons do Real Arco, Internacional), com sede nos EEUU, há, em franca atividade, Capítulos do Real Arco no Brasil. Assim como ativos Capítulos de Maçons do Arco Real da Inglaterra, sob jurisdição do Grande Capítulo Distrital da América do Sul, Divisão Setentrional, com sede no Brasil, que, simultaneamente, integram graus superiores de outros ritos praticados no Brasil, ademais de outras organizações inglesas voltadas à prática separada de graus e ordens que, no sistema norte-americano, já dissemos, se constituem em uma série.
Um pouco de História
O nome York goza de prestígio bem antigo entre os maçons. Identifica cidade ao norte da Inglaterra, no meio caminho entre Londres e Edimburgo (5). Foi inicialmente ocupada pelos romanos no ano 71 da Era Cristã, que ali edificaram uma cidade fortificada sob o nome de Eboracum, que lhes serviu de quartel general setentrional e residência dos imperadores em visita provincial, até a retirada cerca do ano 400. Após isto caiu em poder dos anglo-saxões (6) e, a seguir (867), ficou sob dominação normanda (dinamarqueses), época na qual gera-se o nome, York, uma derivação do dinamarquês Yorvick (7).
Destaca-se, com interesse maçônico, o rei saxão Athelstan (morreu em 939). Foi o primeiro a ter jurisdição sobre a Inglaterra inteira.
Coroado rei em Kingston (925), após completar as conquistas iniciadas por seu avô, Alfredo, o Grande. Legislador profícuo, marcou seu reinado por duro esforço em suprimir a corrupção, ao lado de mitigar as punições a pequenos delitos e prover de algum conforto os destituídos da sorte. No Manuscrito Régio, tido como o mais antigo documento sobre a Maçonaria, seu nome é mencionado (8). Ali, alguns versos falam da existência de regulamentos da Arte da Geometria, determinando, por exemplo, o modo de a Guilda se reunir periodicamente, para corrigir imperfeições e renovar juramentos de manutenção dos estatutos estabelecidos por Athelstan.
Isto constitui a conhecida Lenda de York, incluída no texto das Constituições de 1738 (Anderson) (9). Athelstan teria mandado construir abadias, monastérios, castelos e fortalezas. Não sendo os saxões hábeis em construções com pedras, ele mesmo, o rei, teria estudado geometria, trazendo de fora mestres maçons e operários. Além disso, para manter a ordem, teria ordenado que os maçons se reunissem anualmente em uma assembléia na cidade de York, ademais de haver instituído seu irmão, Edwin, como Grão-Mestre da primeira Grande Loja que se realizou, segundo a lenda, em 926.
Como reação natural à histórica primeira Grande Loja (Londres, 1717), e por certo embalados por essa lenda medieval, a Loja de York, cujos registros documentais remontam apenas até 1705, declarando-se contudo formada desde os tempos de Athelstan (926), constituiu a si própria, em 1725, como The Grand Lodge of All England (A Grande Loja de toda a Inglaterra). Foi de atividade modesta: até 1761 não autorizou o funcionamento de qualquer outra loja sob sua jurisdição; adormeceu de 1740 a 1761; cessou de existir em 1792.
Contudo, como uma informação interessante ao nosso texto, cabe dizer que, em 1780, essa Grande Loja de York sancionou o funcionamento de cinco graus (dois além dos três tradicionais), a saber, o Real Arco e o Cavaleiro Templário. Admite Harry Carr (10) que isto pode ter dado origem ao argumento quanto à existência de um genuíno Rito de York. De todo modo, completa, esses graus (Real Arco e Cavaleiro Templário) já existiam antes de 1780 e de modo nenhum são peculiares a York.
A seguir, como o novo sistema de Obediência se mostrasse prestigioso, outras Grandes Lojas se instalariam: na Irlanda, em 1730; na Escócia, em 1736. Na própria Londres, em 1751, seria criada uma segunda grande loja, esta sob o nome oficial de The Grand Committee of the Most Ancient and Honorable Fraternity of Free and Accepted Masons According to the Old Institutions (Grande Comissão da mais Antiga e Venerável Fraternidade de Maçons Livres e Aceitos segundo as Antigas Instituições). Declaravam praticar a Antiga Maçonaria de York, conforme a organização e procedimentos dados por Athelstan em 926 (11). Passariam à história como os Antigos.
Houve conflito doutrinário entre as duas Obediências. A primeira Grande Loja (1717), dita dos Modernos, não reconhecia, por exemplo, o Real Arco, embora o mesmo já fosse praticado em Londres naquela época, inclusive alguns membros dos Modernos tendo sido exaltados em capítulos do Real Arco estabelecido à parte das lojas. Esses companheiros. Embora obedientes à Grande Loja, instituíram, em 1766, o primeiro Grande Capítulo do Arco Real na Inglaterra, do qual o atual Supremo Grande Capítulo inglês descende. Indo mais longe, proclamaram o próprio Grão-Mestre dos Modernos, Lord Blaney, como Primeiro Grande Principal do novel Grande Capítulo, ocasionando problema de convivência de tal magnitude que, para evitar a evidência do reconhecimento do Grande Capítulo pelos Modernos, a data da exaltação de Blaney foi alterada para 1767, quando já era o Past Grand Master (PGM). Inclusive viu-se obrigado a declarar que assumiria cargo no Grande Capítulo do Real Arco segundo prerrogativas individuais e não em atividade oficial como PGM (12). Desse modo ficava patente que, embora os Modernos não reconhecessem o Real Arco como parte da Maçonaria dos três primeiros graus, nada opunha (sic) em reconhecê-lo como uma sociedade à parte.
Os antigos opunham-se a tal separação, afirmando que o Real Arco era um quarto grau, integrando a Maçonaria tradicional, conforme as "Antigas Instituições". A questão só seria resolvida em 1813, pela já mencionada declaração do Ato de União. Assim, no sistema Inglês, o Capítulo do Real Arco é disposto junto a uma loja simbólica, recebendo, muitas vezes, o mesmo nome da loja, não sendo tomado contudo como um grau separado, mas sim como uma Ordem que se desenvolve ao lado, a Suprema Ordem do Sagrado Arco Real.
Nos EEUU
A Maçonaria tomou rumo próprio nas colônias americanas. A primeira grande loja norte-americana é a de 1733 (Boston), formada sob o nome de St. John's Grand Lodge (Grande Loja de São João) com um warrant da Grande Loja dos Modernos, emitido pelo Grão-Mestre inglês, Lord Visconde de Montague, outorgando à Grande Loja americana jurisdição sobre toda a América do Norte, incluindo Canadá e Antilhas (13). Iniciavam jornada independente, logo ocorrendo a clássica forma de conflito jurisdicional à época (que, por analogia, não é estranho ao Brasil de nossos dias), qual seja o da instalação, em mesmo território dos Modernos, de lojas sob o regime do Antigos, como, por exemplo, a Loja de Santo André, também em Boston (1755), com autorização da Grande Loja da Escócia, esta sob regime dos Antigos.
De todo modo, antes da união maçônica inglesa de 1813, os norte- americanos alcançariam a independência política (1776), seguindo caminhos separados, com forma própria, embora as fontes comuns.
Assim, ao contrário da Inglaterra, nos EEUU, à moda do regime dos Antigos, o Arco Real se constituiria em uma seqüência de graus, praticados por capítulos que se colocariam sob a jurisdição de grandes capítulos autônomos dos círculos simbólicos, organizados independentemente em diversos Estados.
Um grande capítulo nacional só seria formado a 24 de outubro de 1797 (14), quando reuniram-se, em Boston, Maçons do Real Arco dos Estados de New Hampshire, Massachusetts, Rhode Island, Connectcut, Vermont e New York, desse núcleo inicial surgindo o General Grand Chapter (9 de janeiro de 1799, Providence, Rhode Island), reunido grandes capítulos de jurisdição estadual, sob a presidência de Thomas Smith Webb.
Este daria estrutura doutrinária e de procedimentos gerais ao sistema maçônico que pode ser identificado pelo nome genérico de Rito Americano ou Rito de York (grifo por Mauro Pinto).
De modo muito interessante, confirmando o caráter religioso do Santo Real Arco, verificar que Providence, Rhode Island, onde se instalou o primeiro Grande Capítulo, é significativamente um centro, espécie de quartel-general do expressivo movimento religioso cristão reformado, que se constitui em uma das marcas da cultura norte-americana. Convém dizer que o Real Arco (suas lendas, símbolos, orações) possui forte influência cristã e é conveniente recordar que um dos motivos do conflito com os Antigos, era justamente o da descristianização da Maçonaria imputada aos Modernos.
A confusão
Na Inglaterra os procedimentos em lojas simbólicas não são rigidamente regulados por rituais impressos pela Grande Loja. Os maçons, em loja devidamente reunida, possuem o inegável direito de regular seus próprios procedimentos, desde que sejam consistentes com as leis e regulamentos gerais da Maçonaria (15). Os ritos são identificados por denominações diversas (Stability, Bristol, Oxford, Humber, Taylor's Logic, Universal, West End, etc.), preservando as diferenças existentes. Esse modo, adotado aqui no Brasil, evitaria a confusão que aqui ocorre pela existência de formas ou modalidades ritualísticas diferentes (e bem diferentes) todas sob o nome de REAA, quando, de modo mais exato, deveria ocorrer uma denominação própria para cada variação, como por exemplo, foi adotado no caso do Rito Brasileiro, uma inequívoca variação do REAA, que hoje vem assumindo feições peculiares em nome próprio. Se cada variação existente no Brasil adotasse denominação característica, preservaríamos o nome de REAA para os graus superiores (acima do 3), onde efetivamente, sob a jurisdição de prestigiosos Supremos Conselhos, temos mantido a genuinidade do Rito, o que não ocorre no círculo simbólico.
Tedioso, ainda, dizer que, entre nós, o que denominamos de Rito de York é, a rigor, o sistema de trabalho consolidado e praticado pela Loja de Emulação (Emulation Lodge of Improvement), uma loja de instrução com vida contínua desde 1823 (Londres). Pela repetição ao vivo e não por rituais impressos (bem ao modo inglês), preservaram uma forma ritualística que pode ser identificada pelo nome da Loja, ou seja, Rito de Emulação, mas nunca Rito de York.
Com espírito pragmático, sem incômodos por mera exatidão de nomes, o tratado de 1912 entre o GOB e a Grande Loja Unida da Inglaterra (UGLE), consolidou esta nomenclatura errônea entre nós, ao admitir, no texto em português, o nome de Grande Capítulo do Rito de York.
Este - instituído por analogia com órgãos idênticos voltados aos outros ritos (o REAA, o Moderno e o Adonhiramita) - incumbia-se de reger as atividades do Rito de York no GOB (então Obediência mista, isto é, também administrando graus acima do 3). A rigor, como bem indica Pires (16), não se tratava nem de um genuíno capítulo, nem do Rito de York, conforme título próprio dos norte-americanos. O texto paralelo do tratado em inglês, com mais pureza de nomenclatura e conceitos, adotaria a expressão Grand Conseil of Craft Masonry in Brazil (Grande Conselho da Maçonaria Simbólica no Brasil).
A denominação Rito de York, originou-se por herança do extinto Grande Oriente dos Beneditinos, absorvido pelo GOB em 1833, onde, de modo efetivo, havia lojas que trabalhavam no Rito de York, conforme o regime norte-americano. Assim as Lojas Vésper, no Rio de Janeiro (1874) e Lessing, Santa Cruz do Sul/RS (1880), que mais tarde mudariam de rito. Ademais, no seio do próprio GOB, foram criadas lojas segundo o regime inglês, assim a tradicional Eureka (1891), que trabalhavam com rituais ingleses (17).
Prosperaria o engano, à medida em que o nome Rito de York veio sendo utilizado para identificar esses rituais que, sem dúvida nenhuma, referiam-se apenas a cerimônias praticadas pela Loja de Emulação, já mencionada, em uso desde 1871 na Inglaterra, em rituais sob o título genérico de The Perfect Cerimonies of Craft Masonry (Perfeitas Cerimônias da Maçonaria Simbólica). Não se empregava a indicação Rito de Emulação (como vem sendo corrente entre nós, na tentativa de corrigir a adoção errônea do nome), e muito menos de Rito de York. A primeira edição em português, uma tradução do irmão Joseph Thomaz Wilson Sadler, da Loja Unity, São Paulo, impressa em Londres (1920), manteria o título Cerimônias Exatas da Arte Maçônica, que seria modificado em 1876, quando a Loja Campos Sales no. 5565, sob jurisdição da UGLE, publicaria uma edição em português, agora colocando o título Rito de York, que não havia nas publicações anteriores. O GOB, já embalado pela nomenclatura do Tratado com a UGLE, adotando a tradução de Sadler, seguiria o título de Rito de York, que até hoje permanece entre nós.
E assim vai a Maçonaria assumindo feição própria em cada país, segundo a cultura local.
Artigo: Enviado pelo Comp. Vlademir Gatti
Notas:
1.. General Laws and Regulations for the Government of the Craft, in Constitutions of the Antient Fraternity of Free and Accepted Masons under United Grand Lodge of England (UGLE), Londres, UGLE
1947, 335 pp. e apêndice, p.16.
2.. De um modo muito sugestivo, fellow craft é o colega de trabalho/atividade. O título mais significativo de Companion (Companheiro) - aquele com o qual se divide o pão - é tratamento reservado ao Real Arco.
3.. CARR, Harry. The Freemason at Work, 7ª Ed. (revista por Frederick Smyth), Londres, Lewis Masonic, 1992, 405 pp., p. 227.
4.. De cripta, galeria subterrânea, oculta.
5.. As menções históricas e geográficas, a seguir, ressalvadas notas específicas, fundam-se em informações da Enciclopédia Britânica.
6.. A Germânia, região às margens do mar Báltico, delimitada ao sul pelos rios Reno e Danúbio, era habitada por um complexo de povos indo- europeus, assim os saxões, os anglos, os jutos. Invadiram a Europa ocidental e as ilhas Britânicas, onde fundaram vários reinos (Séculos IV / VI). O nome Inglaterra significa exatamente terra dos anglos.
7.. Normandos eram povos da Escandinávia (Suécia, Noruega, Dinamarca), que a si mesmos chamavam-se de vikings.
8.. O leitor interessado pode compulsar o erudito volume publicado pelo GOB, elaborado por Ricardo Nascimento sob o título Manuscrito Regius, ou consultar a excelente tradução do Poema, feita por
Ambrósio Peters - O Manuscrito Régio e o Livro das Constituições - Londrina, A Trolha, 1997, 175 pp., p. 115/140. Nos versos, menção de Athelstan à p. 130/131.
9.. A lenda é narrada em muitas obras. Tomo de modo direto o pequeno volume de Speidel, Frederick G., The York Rite of Freemasonry - a History and Handbook, EEUU, Michell-Fleming, 1989, 78
pp., p.8.
10.. CARR, op. cit., p.22.
11.. SPEIDEL, op. cit., p.19.
12.. MENDOZA, Harry. Fifty Royal Arch Questions Answered, apostila, Londres, 1994, 73 pp., p. 1.
13.. WEBB, Thomas Smith. Freemason's Monitor or Illustrations of Freemasonry, Montana, EEUU, em duas partes, I parte 248 pp. mais prefácio, xii pp.; II parte, 60 pp., mas prefácio, iv pp.. Na 2ª
Parte, Livro II, p. 28.
14.. WEBB, op. cit., Parte I, Livro II, p. 150/154.
15.. Assim o artigo 155, General Laws..., op. cit. P. 110.
16.. PIRES, J. S.. O Suposto Rito de York e outros estudos. Londrina, A Trolha, 2000, 183 pp., p.20.
17.. o leitor interessado, encontrará interessantes detalhes em Prober, K. A Bigorna (Coletânea), Rio de Janeiro, organizado e publicado pelo próprio autor, Vol. I s/d, 194 pp., p. 121, no. 21, 1984, também mencionados por Pires, op. cit., p. 17/18.