Menu:

Categorias:

Arquivos:

Rito de York

Hiram Oasis

XML Feed:

Receba Nupesma (RSS)

Links:

Nupesma
Supremo G. C. Real Arco
Grande C. Criptico
York Rite
General Grand Chapter
General Grand Council
Knights Templar
Valid XHTML
Valid CSS

Arquivos do Mês de Novembro 2007

Maçonaria Contemporânea Abordagem Histórica

Postado Sexta-feira, 30 Novembro, 2007 as 11:20 PM pelo Ir:. Hercule Spoladore

Se abordarmos a história da Maçonaria Contemporânea, sem perquirir a respeito de suas origens, não poderemos chegar a um consenso analítico final razoável.

Os homens da cavernas, talvez mesmo antes de dominarem o fogo, inicialmente solitários e agressivos, por uma questão de necessidade e sobrevivência, tornaram-se seres gregários, pois querendo ou não, sempre dependeram da cooperação dos demais componentes de suas tribos ou clãs.

Deixando as cavernas tornaram-se nômades para depois tornarem-se sedentários se agrupando em pequenos vilarejos, vilas cidades, metrópoles etc.

Para construir os locais onde pudessem habitar apareceu no decorrer do tempo quem os construísse, surgindo desta forma, os primeiros profissionais ainda que rudimentares dedicados à construção.

Se formos abordar o complexo e intrincado surgimento da Maçonaria no mundo, teremos que, em suas raízes destacar o importante papel das associações de construtores, bem como analisar como aconteceram os fatos sociais que deram origem à Maçonaria, e posteriormente ao Cooperativismo e mais recente, aos atuais Sindicatos, entidades estas que pelo menos em fase inicial de sua existência tiveram muito em comum, ou seja a necessidade conseqüente do trabalho para subsistir, do auxílio mútuo e cooperação, vindo daí a relação empregados/patrões; reis/súditos, escravos/senhores.

Depois, dentro do seu próprio contexto histórico cada qual destes segmentos seguiu seu caminho.

Este fenômeno social de gregarismo se aplica a toda a humanidade, e é inerente à raça humana. Simplesmente é assim.

Inicialmente havia cooperação e camaradagem, sintetizando mais um sentimento de agrupamento, para depois os grupos passarem a se organizar, em associações de defesa e proteção visando interesses mútuos, especialmente nas profissões, mas também em outras atividades.

Entretanto, é no estudo da história do Império Romano que nos vem maiores indícios da ?pré-história? da Maçonaria Operativa. Numa Pompilio(714 a 67l) A C, rei de Roma, sempre citado na literatura maçônica, por ter construído vários templos inclusive o de Janus, criou os ?collegia fabrorum? dos quais foram criados os ?coleggia constructorum?. Deduz-se, segundo alguns autores, porem sem provas definitivas, que estes colégios foram as sementes das futuras Lojas Maçônicas Operativas, mas não da Maçonaria tal qual a conhecemos hoje (1).Numa Pompilio regulamentou a profissão de construtor, e também a organização dos cultos já que estes colégios eram impregnados de forte religiosidade ainda naquela época politeísta, e cita-se que também sob seu reinado, Roma teria sido urbanizada e as construções tiveram um grande desenvolvimento.

Os ?collegiati? no ano 65 A.C. teriam sido dissolvidos por um senatus consulto por apresentar uma ameaça ao patriciado romano. O trabalho dos ?collegiati? também decaiu em função do trabalho escravo e a importação de produtos oriundos do vasto império romano.

As legiões romanas nas suas conquistas, destruíam tudo, mas levavam os ?collegiati?, ou seja os construtores, para reconstruir o que fosse destruído.

Entretanto, existem trabalhos de autores maçônicos que contestam a existência dos ?collegia fabrorum?, bem como que Numa Pompilio teria sido rei de Roma, já que não existem fontes primárias que comprovem este fato.

Todavia, se seguirmos as citações de outros autores maçônicos, estes ?collegiati? teriam existido, eles teriam se espalhado por todos os territórios romanos, inclusive os conquistados, sendo que muitos desapareceram, porem outros permaneceram e participaram da trajetória histórica na arte da construção em direção à Maçonaria Medieval.

Depois vieram os Mestres Comacinos (2)que surgiram em Como na Lombardia, que eram arquitetos construtores e hábeis escultores, sendo reconhecidos e regulamentados profissionalmente pelos reis longobardos pelo édito de Rotari em 634 D.C. e Liutprando em 73l D.C. Estes Mestres foram responsáveis pela Arte Romântica, que precedeu a Arte Gótica.

Já em plena Idade Média, antes de aparecer a Maçonaria Operativa ou Maçonaria de Ofício, entrando em evidência a Arte Gótica, quando começaram a ser construídos muitos conventos igrejas catedrais e palácios, neste período foram importantes as Associações Monásticas principalmente constituídas pelos Beneditinos e Cistercences, que eram clérigos, experientes projetistas e geômetras, excelentes oficiais na arte de construir. Dominaram o segredo da construção por muito tempo, o qual ficou inicialmente restrito aos conventos.

Diz-se que os termos ?Venerável Mestre? e ?Venerável Irmão?(3) já eram usados pelos abades do século VI, e que nós os maçons atuais, os emprestamos, aliás como praticamente tudo na Maçonaria foi trazido de fora, isto é, copiado.

E assim os Monásticos com seus conhecimentos monopolizaram por longo tempo a arte de construir guardando para a sua Agremiação, os seus segredos.

Entretanto eram obrigados a contratar profissionais leigos, pois a demanda cada vez maior de construções e serviços secundários assim o exigia. Estes profissionais foram aprendendo com estes clérigos e com o tempo em face da decadência da fase Monástica, constituíram as Confrarias Leigas.

Entretanto, ressalte-se que influência destes clérigos foi muito grande pois infundiram ensinamentos importantes na arte de construir, bem como princípios religiosos nas escolas e oficinas de arquitetura. Sabe-se que cada Corporação de Construtores tinha o seu Santo padroeiro (4), isto na Maçonaria Operativa que era totalmente católica, a qual recebeu por esta razão forte influência do clero. Os Beneditinos (Ordem de São Bento fundada por São Bento em 529 D.C. e os Cistercences os monges de Císter- França -( fundada em l098 pelo abade De Molesme) são considerados por vários autores como os ancestrais da Maçonaria Operativa, (5)

Seguindo-se o rumo da história, juntamente com as Ordens Militares e Religiosas, vieram as Guildas as quais influíram muito nas tradições maçônicas. As Guildas eram associações que surgiram no Norte da Europa e se estabeleceram principalmente na Inglaterra, Alemanha e Dinamarca e em outros países. Eram associações inicialmente religiosas, mas que a partir do século XII se constituíram em associações profissionais fraternas, verdadeiras confrarias de defesa de auto proteção de seus sócios.

Os novos participantes destas confraria eram obrigados a um juramento (6) alem de pagar uma jóia (7),coletavam dinheiro para auxílio mútuo, amparo às viuvas (8) e despesas funerárias.

Interessante frisar que a palavra Loja (9) surgiu pela primeira vez em um documento emitido por uma destas corporações em l292, servia para designar o local de trabalho ou mesmo como sinônimo de Guilda. Não se dedicavam somente às construções.

Os componentes das Guildas reuniam-se em banquetes (10) e pleiteavam reformas políticas e sociais. Como estes costumes não eram bem vistos pela Igreja, e nem pelos reis, era comum elas adotarem nomes de monarcas ou de santos que consideravam como seu padroeiro ou patrono, para escapar a vigilância da Igreja e dos governantes.

No século XII, na Alemanha surgiu a Corporação dos Steinmetzer que eram conhecidos por serem escultores e entalhadores de pedras ou canteiros e que não se dedicavam exclusivamente á arte Gótica, porem trabalharam em muitas catedrais deste estilo de construção. O canteiro esquadreja e trabalha na escultura da pedra bruta.

Os Steinmetzer tomaram grande impulso através do seu famoso arquiteto Erwin, natural de Steinbach. A Convenção de Estrasburgo, dos Canteiros foi convocada por ele em 1275 para terminar uma importante catedral em arenito rosa existente naquela cidade. A fachada é ornamentada até hoje, com lindas estátuas representando virtudes e vícios (virgens loucas e virgens prudentes). À Convenção compareceram os principais arquitetos ingleses, alemães e italianos e de outros países. Nesta Convenção foram adotados os sinais, palavras e toques usados para identificação secreta membros da Confraria, (11) diga-se de passagem pela primeira vez, pelo menos pelo que está registrado oficialmente. É bem provável que outras Corporações usassem suas próprias senhas.

Ainda no século XII surgiu a Franco-Maçonaria ou Ofícios Francos, (12) a qual era constituída de pedreiros-livres ou franco-maçons e que deixaram marcada sua influência de forma indelével na Maçonaria atual. Os franco-maçons puderam se dar totalmente à sua arte, pois eram trabalhadores privilegiados, porque estavam isentos de impostos, eram construtores categorizados, tinham livre trânsito, isto é, não ficavam presos numa mesma região à disposição de seu nobre senhor e alem disso eram muito respeitados. O termo franco significava liberdade total, livre de qualquer tipo de servidão ou compromisso, a não ser o de criar e construir.

Mais ou menos a partir do século XV nasceu na França um tipo de agremiação de operários cristãos itinerantes, a Corporação dos Companheiros (Compagnonnage) e que teria sido fundada pelos Cavaleiros Templários. Eles iam de cidade em cidade, solicitando trabalho e prestavam assistência mútua. Não era permitido ingresso na organização senão após um tempo de aprendizado e também eram recebidos através de um cerimonial.(13) Eles construíram no Oriente Médio durante as Cruzadas, fortificações, cidadelas, especialmente pontes e obras de defesa militar. Ao voltarem às suas pátrias, construíram obras civis, igrejas e catedrais. Estas organizações duraram muito tempo e desapareceram por completo no início do século XIX com nascimento da grande indústria e do sindicalismo.

Interessante que estas Corporações de Oficio se tornaram importantes em função da arte gótica que nasceu na França e se notabilizou na Alemanha e outros países e que durou cerca de trezentos anos. A Renascença viria e suas conseqüências se fizeram sentir tanto na arte gótica como no monopólio das Corporações das construções das fraternidades maçônicas que dominavam as construções góticas, cujas edificações mais importantes, as catedrais, já estavam todas construídas. Não havia mais o que construir neste estilo.

Este fato ocasionou a decadência das Corporações e já no século XVII, podemos notar que o povo europeu já estava preferindo o estilo clássico romano que era mais alegre que o austero estilo gótico. Assim a arte da construção teve que sair das mãos dos franco-maçons e se tornar um apanágio de outros operários construtores que não faziam parte da Confraria.

As Corporações que sempre foram de certa forma perseguidas por vários governos, agora o eram também até pela Inquisição. Os chamados régulos e também os Jesuítas não admitiam os segredos das Confrarias e das Agremiações Corporativas.

Estas Corporações viriam com o tempo a serem dissolvidas.

Foi mais ou menos nesta fase da história que as fraternidades maçônicas operativas foram obrigadas a aceitar outras pessoas que não estavam ligadas construção, muito embora há muito já as estivessem aceitando. O primeiro maçom ?Aceito? que se tem provas foi John Boswel, que era um lorde e que ingressou numa Confraria em 08.06.1600 como maçom aceito, não profissional na Loja da Capela de Santa Maria em Edimburgo, na Escócia. Esta aceitação passou a ser comum, em virtude da decadência das corporações admitindo-se sábios, filósofos, naturalistas, artistas, antiquários, nobres, militares, comerciantes, escritores e pensadores marcando assim uma grande transformação na Ordem. Estes ?Aceitos? trouxeram novas concepções e contribuições para as agremiações, porem a transformaram radicalmente. Inclusive, segundo alguns autores, os Rosacruzes foram os que mais contribuíram para a filosofia maçônica, já que muitos destes primeiros ?Aceitos? eram Rosacruzes.

No início do século XX, mais precisamente em 1909 um escritor de nome Charles Bernadrin do Grande Oriente da França consultou 206 obras e selecionou 39 opiniões diferentes à respeito das origens da Maçonaria. Hoje é possível que o número de opiniões esteja aumentado. Alguns autores dão ênfase a uma possível origem da Maçonaria nos Templários. Entretanto está provado que foi uma tentativa do Cavaleiro de Ramsay que foi o idealizador desta teoria, talvez tentando dar uma procedência mais nobre à Ordem encobrindo desta forma, a origem humilde nos trabalhadores da construção. Ainda, até a presente data existem algumas Lojas Operativas na Europa.

A Maçonaria Operativa faz alusões aos Old Charges, cerca de l40 a l50 manuscritos antigos, os quais não fazem quaisquer referências à templos, aos hermetistas, templários, rosacruzes, não citam o sentido simbólico das ferramentas, não é citada a Bíblia, não se fala em ocultismo, esoterismo alquimia, cabala etc.. Era uma maçonaria francamente católica. E as Lojas eram constituídas dos chamados ?Maçom livre em Loja livre?.

Estes documentos não citam os famosos landmarques, tais como os conhecemos hoje. Se lermos as mais variadas classificações de landmarques, as quais estimam em mais de sessenta, veremos que elas nada mais são que cópias dos estatutos das referidas Corporações, quer de Construtores quer das Guildas, cujos artigos foram copiados e adaptados à Maçonaria depois de l7l7, tendo muito pouco a ver a nossa atual Maçonaria. Compulsando as cópias dos manuscritos inseridos nos Old Charges. entre os quais o mais conhecido é o ?Poema Régio?, sempre encontramos uma provável origem através de uma palavra, um sinal, um costume, uma cerimônia um objeto uma ferramenta que os maçons antigos usavam e que emprestamos para nós, e demos um simbolismo próprio.

Verdade seja dita, se analisarmos com cautela e sem predisposições, veremos que a Maçonaria Operativa tem menos a ver com a Maçonaria Moderna ou Especulativa. do que se propala em muitas publicações maçônicas.

Foi uma Ordem que se sobrepôs à outra, adotando seu nome, seus costumes, suas lendas, suas alegorias, seus sinais, suas palavras, a sua estrutura já pronta, porem modificando-a quase que totalmente e revestindo-a de valores simbólicos modificados.

Os maçons se reuniam em tabernas, cervejarias, hospedarias e nos adros das igrejas. Não existiam templos. Estes locais de encontro tinham mais uma função social e de comemoração. O primeiro templo (Freemason?s Hall) só foi construído em l776 em Londres. Aliás, este templo foi ornamentado com as cinco Ordens de Arquitetura, de inspiração do grande escritor e o primeiro professor de Maçonaria, o inglês Willian Preston, tido como o primeiro maçom a dar o sentido simbólico às ferramentas de pedreiro, ligadas à construção, tal qual as conhecemos hoje.

A Maçonaria caminhava neste trajeto, se transformando dia a dia com o mundo também se modificando e evoluindo. Na Inglaterra que foi o berço da Maçonaria Moderna existia uma famosa cervejaria ?O Ganso e a Grelha?, onde se reuniam os franco-maçons, inicialmente esta Corporação só constituída por profissionais de ofício, a partir de l703, começou a receber os ?Aceitos? indistintamente de todas as classes sociais, fazendo com que houvesse uma profunda reforma na organização. Um dos líderes dos ?Aceitos? o pastor protestante Desagulliers conseguiu reunir quatro lojas cujos nomes soam um tanto estranhos para nós, no nosso tempo, tais como a ?Macieira? a ?Coroa? a já conhecida"O Ganso e a Grelha? e o ?Copázio(Taça?)(14) e as Uvas?. Estas quatro Lojas no dia 24.06.l7l7 se reuniram e fundaram a Grande Loja de Londres, surgindo daí o sistema de submissão a um Grão- Mestre que hoje conhecemos muito bem. Criaram assim a primeira Potência ou Obediência maçônica no mundo. Haviam até então apenas dois graus, sendo que em l725 foi criado o grau de Mestre finalmente incorporado nos Rituais a partir de l738. E a recém inventada Lenda de Hiran levaria muitos anos para se consolidar e ter a versão que tem hoje, que aliás, é a definitiva.

Inicialmente a Grande Loja de Londres não foi bem aceita na Inglaterra.

A partir deste ponto a Maçonaria seguindo a libertação que o Século das Luzes trouxe ao mundo, foi um verdadeiro cadinho de experiências culturais e ritualísticas. A Inglaterra ordeira e rígida em suas tradições manteve como mantém até hoje apenas os três graus simbólicos, a França como o seu perfil latino e ousado proporcionou uma enxurrada de graus, criando os Graus Superiores, e alem dos ritos tradicionais, criou uma série de outros ritos, alguns exóticos e mágicos. A Alemanha e outros países inicialmente acompanharam a França neste festival de graus e ritos, porem a Alemanha depois resolveu enxugar o que tinha de exagero. De qualquer forma neste século foi criada a base da Maçonaria Moderna ou Especulativa tal qual conhecemos hoje a partir da Maçonaria Operativa.

Abordar uma Instituição como a Maçonaria não é fácil. Ela é a pátria das contradições e dos paradoxos. Ela não é uma religião, muito embora muitos Irmãos pensem que ela o seja, e ainda para confundir ela se reúne em templos já que os mesmos dão idéia de igreja. Nos ensina a crer num Ente Superior, na imortalidade da alma e propaga que não é dogmática. Ela adotou o modelo republicano, que aliás, ajudou a criar e lutou por ele, contendo os três poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, funcionando como se fosse um pais dentro de outro, porem, sem território. Mas onde deveria existir uma democracia plena, onde as constituições das Potências deveriam democraticamente ser obedecidas, freqüentemente com raras exceções, são manipuladas por uma cúpula, que exerce um poder monárquico e despótico.

Temos inúmeros templos ociosos nas cidades onde existem mais de quatro ou cinco Lojas. Cada Loja quer ter o seu templo, onerando os Irmãos, quando poderiam ser reunir várias Lojas num mesmo templo e usar o potencial de uma nova construção para uma entidade assistencial, ou escola. Não temos a representação política que deveríamos ter.

Nossas sessões estão anacrônicas e desatualizadas. Num mundo competitivo onde a instrução e a informação tem um valor absoluto de sobrevivência das instituições, uma sessão maçônica que dura em média duas horas, com a quase totalidade de sua duração gasta em problemas administrativos de pouca importância, relega a instrução e a informação a respeito da Ordem a um segundo plano, quando ela deveria tomar todo tempo que assim é perdido, com assuntos de interesse tais como filosofia, história, ritualística liturgia, legislação, estudo da Política e do Bem Social como ciências etc..

A Maçonaria Contemporânea fragmentou-se em inúmeras Potências ou Obediências cada qual se proclamando autônoma, legítima, verdadeira, regular e legal sendo que o relacionamento entre elas é muito complexo e chega até ser estranho, visto que o valor imensurável que dão a um fator chamado regularidade, escapa à análise lógica e coerente de um maçom inteligente, servindo esta malfazeja regra de um complicador no entendimento fraternal destas Potências entre si. Felizmente as Lojas-Bases entenderam que o caminho não é bem esse e todos maçons se recebem e se abraçam como verdadeiros Irmãos, as vezes ignorando determinações superiores.

Felizmente, talvez por obra e graça do Grande Arquiteto do Universo a Essência da Iniciação ou seja a mensagem iniciática que envolve todo o maçom permaneceu intata.

Alguma coisa realmente na Maçonaria parece que deu certo, uma delas é o seu ecletismo, outra é o respeito que os Irmãos nutrem entre si, quer como fraternos, quer em suas idéias, respeitando assim os princípios da Dialética em que, mesmo não concordando com elas, aceitam ouvi-las e analisa-las, porem desde que fiquem tão somente no campo das idéias, porque se tratar da disputa de poder maçônico, muda-se completamente o paradigma, chegando até respeitáveis Irmãos aos mais baixos degraus das provocações mútuas, especialmente quando este poder atinge a vaidade de cada um.

A Maçonaria tem dois tipos básicos de adeptos, os místicos e os documentais. Ambos se respeitam mutuamente, porem divergem entre si, com relação ao fato dos maçons documentais se basearem em documentos antigos e autênticos, nas fontes primárias de pesquisas, enquanto que os místicos têm outra linha de pensamento totalmente baseada no esoterismo, alguns até exagerando e se tornando mistificadores.

No Brasil temos uma Maçonaria pobre e somos completamente amadores quando desejamos tratar de filantropia. Já os EE.UU. administram muito bem esta parte, mantendo hospitais, asilos e entidades filantrópicas etc.

Tivemos até a presente data no mundo, cerca de 300 ritos mais ou menos, sendo que no momento no mundo ainda 54 estão vigentes, sendo 08 no Brasil.

O Brasil possui cerca de l50.000 maçons, sendo que a Grandes Lojas Brasileiras tem mais ou menos l900 Lojas, o Grande Oriente do Brasil mais ou menos o mesmo número e a Comab cerca de 750 Lojas.

No mundo existem cerca de 7.000.000 de maçons sendo 5.000.000 nos EE.UU. e cerca de l.200.000 na Inglaterra.

Enquanto na Inglaterra a principal atividade da organizada Maçonaria Inglesa é o encontro fraterno, o ?clubing? que os ingleses tanto adoram, na França a Maçonaria é francamente político-social, no Brasil na grande maioria de suas Lojas é um misto de esoterismo, gnosticismo , cabala, alquimia, e religião, onde lendas, crendices, enxertos, invenções e ?achismos? fazem parte de um sincretismo que tornam a Ordem diferente de outros países, esquecendo-se que a maior meta da Maçonaria é a político social.

Ao enfocar a Ordem desta maneira, não estamos tentando denegri-la. Pelo contrario, estamos dando um brado de alerta, pois precisamos acordar e nos adaptar ao século que estamos vivendo, onde os progressos científicos, culturais e sociais estão influindo em todas as Instituições, e que quem não se redimensionar não sobreviverá.

A Maçonaria tem a necessidade urgente de procurar adaptar-se a um novo modelo, pois poderá correr o risco de não sobreviver nos próximos cem anos, o que em realidade não acreditamos que aconteça, pois ela já passou por crises importantes, mas sempre teve a felicidade de ser salva por maçons notáveis, de mentes claras transparentes e inteligentes que acudiram a Ordem em tempo. Estamos aguardando estes Guardiões.

Que venham logo..

NOTAS.

(01) Primórdios, início, idéias iniciais de agrupamentos de profissionais da construção.

(02) Mestres da construção e operários reconhecidos por éditos reais.

(03) Termos usados atualmente nas Lojas para designar o Mestre da Loja, o Venerável, ou mesmo tratamento entre Irmãos.

(04) Maçonaria de São João, Santo Padroeiro como hoje é conhecido.

(05) Teobaldo Varoli Filho os considera como ancestrais da Maçonaria Operativa.

(06) Juramento, parte integrante da ritualística maçônica atual.

(07) Importância que todo novo adepto paga ao ser admitido na Loja.

(08) Refere-se atualmente ao ?Tronco das Viúvas? conhecido como Tronco de Solidariedade.

(09) Loja. Do germânico leubja, do francês, lodge. Local onde se reúnem os Irmãos.

(10) A Maçonaria atual se reúne também em almoços, jantares, e banquetes, aliás existe até o Banquete Ritualístico, criação do Rito Francês ou Moderno.

(11) Oficialmente os Steinmtzer criaram na Convenção de Etrasburgo os toques, sinais e palavras. Todavia, sabemos que toda Corporação tinha a sua própria maneira de se reconhecer.

(12) Franco-Maçonaria, a verdadeira Maçonaria Operativa, que serviu de base à Maçonaria Moderna tal qual a conhecemos.

(13) As demais Corporações também exigem um cerimonial próprio para a recepção do novo adepto. Acresça-se que a Maçonaria atual enriqueceu a cerimônia com procedimentos de forte caráter simbólicos, espirituais e culturais tentando induzir o novo adepto a descobrir o seu duplo EU.

(14) ?Copázio e as Uvas? ( copo grande, coparrão copaço) parece ser a tradução mais adequada de ?Rummer and Grappes? que o termo usadíssimo na Ordem, ?taça?. Imaginem aqueles rudes franco-maçons ingleses, naquelas tabernas às tardes após o árduo trabalho diário, tomando suas bebidas em taças? É pouco provável.

BIBLIOGRAFIA:

CARVALHO, Francisco de Assis ?O Aprendiz Maçom?

FILHO, Teobaldo Varoli ?Curso de Maçonaria Simbólica? ? l.º Grau

Londrina/agosto/200l

Hercule Spoladore ? Loja de Pesquisas Maçônicas ?BRASIL?-LONDRINA-Pr

LOJA DE PESQUISAS MAÇÔNICAS ?BRASIL?

Categoria Artigos (RSS), Trabalhos (RSS)

York, Emulation ou o que?

Postado Quinta-feira, 29 Novembro, 2007 as 11:02 PM pelo Ir:. Angelo Andres Maurin Cortes

Ao examinar uma tradução, em português, elaborada em julho de 2001, aqui no Brasil, pela gráfica e editora Movimento ltda., do Emulation Ritual, editado este na Inglaterra pela Lewis Masonic Publishers Ltd., no Grau de Ap.’., não consegui refrear meu inconformismo com o termo Rito de York, das pagina 3 e 8, nem com o termo Rito de Emulação da pagina 8, todos referido texto em português, pois esses dois termos configuram uma visível e deplorável enxertia. Realmente, no original Inglês não existem as expressões York Rite e Emualtion Rite.

Em verdade, o termo Rito de York não se coaduna com o inominado Rito Inglês. Ele é um sistema proveniente da Maçonaria Norte – Americana, sistema esse já introduzido no Brasil, sem a mínima vinculação com a Maçonaria da Inglaterra.

Tive a ousadia de escrever o livro O SUPOSTO RITO DE YORK e outros estudos (Editora Maçônica A Trolha Ltda., Londrina, PR, 2000), onde ressaltei que o Emulation não é nome de um rito, mas sim o nome de um Ritual, em decorrência da Emulation Lodge Of Improvement, de Londres, cuja reunião inicial ocorreu em 2 de Outubro de 1823.

Em nossa pátria, a primeira Loja de orientação Inglesa foi a Orphan Lodge, fundada em 28 de junho de 1837 no velho Caminho de Mata-Cavalos (depois Rua do Riachuelo), Nº 167, Rio de Janeiro, após três anos e meio do pedido concernente à expedição da Carta Constitutiva (Warrant of the Lodge), que lhe foi concedida pela United Grand Lodge of England. Em 21 de setembro de 1839, também no Rio de Janeiro, os Ingleses fundaram a St. John Lodge. Em 25 de abril de 1856 foi regularizada a Southern Cross Lodge, cuja data de fundação não se conhece, todas igualmente subordinadas á citada potencia maçônica da Inglaterra.

Em 16 de dezembro de 1863, houve uma cisão no Grande Oriente do Brasil, dando origem a um outro Grande Oriente, primeiramente homônimo, depois denominado do Grande Oriente Unido do Brasil, que viria a ser reconhecido por Grande Oriente dos Beneditinos, pelo fato de sua administração funcionar na Rua dos Beneditinos Nº22, no Rio de Janeiro, e por Grande Oriente Saldanha Marinho, pelo fato de seu idealizador e seu Grão Mestre ser o Irm.’. Joaquim Saldanha Marinho.

Impulsionado por interesses referentes à aproximação com a Maçonaria norte - americana, o Grande Oriente dos Beneditinos fundou a Loja Vésper, do Rio de Janeiro, para trabalhar no Rito de York, porém o verdadeiro o praticado pelos norte americano. Corolário dessa providencia, o referido Grande Oriente recebeu uma favorável comunicação epistolar da Grand Lodge os Wisconsin, dos Estados Unidos da América .

O incentivo fez com que aquela potencia maçônica brasileira fundasse mais duas lojas no legitimo Rito de York, a Washington Lodge, de Santa Bárbara d´Oeste, na então Província de São Paulo, em 14 de novembro de 1874. e a Lessing Lodge, de Santa Cruz do Sul, na então Província do Rio Grande do Sul, em 22 de março de 1880.

Em 16 de outubro de 1879, o Grande Oriente do Brasil, cujo G.’.M.’. era o Irm.’. Jose Maria da Silva Paranhos, o Visconde do rio Branco, Presidente do Conselho de Ministros do Império, nomeou o Irm.’. Almirante Arthur Silveira da Motta (que viria a receber, em 19 de agosto de 1884, do imperador D. Pedro II, o titulo nobiliárquico de Barão de Jaceguay), para tratar do reconhecimento da citada potencia maçônica pela United Grand Lodge of England, cujo Grão Mestre era, desde 1875, o Irm.’. Príncipe de Gales (filho da celebre Rainha Vitória, r que viria a ser em 1901, Rei da Inglaterra, com o titulo de Edward VII). Em 30 de Janeiro de 1880 houve a resposta positiva, ou seja, o futuro monarca inglês concedeu o almejado reconhecimento.

O êxito foi comunicado ao Grande Oriente do Brasil, mediante pormenorizado relatório, com a data de 21 de março de 1880, lavrado pelo próprio Irm.’. Arthur Silveira da Motta, que já saira de londres , e estava na Ilha de Malta, rumo à China, em missão especial do Império , na condição de Ministro Plenipotenciário.

Posteriormente em 18 de Janeiro de 1883, o Grande Oriente dos Beneditinos, enfraquecido, incorporou-se ao Grande Oriente do Brasil, levando lhe suas lojas, entre as quais as já referidas Washington e Lessing, que eram às únicas do Legitimo Rito de York, pois a Vésper , também já referida , estabelecera fusão com a loja Mysterio (8 de junho de 1879), dando origem à loja Mysterio e Vésper , trabalhando do Rito Adonhiramita.

Essa fusão configurou um renascimento, pois a citada loja Vésper já havia abatido colunas (22 de junho de 1874).

Já vimos que, a partir de 28 de junho de 1837, existiam, aqui, no Brasil, lojas de orientação Inglesa, diretamente subordinada à United Grand Lodge of England.

Frise-se que só em 21 de outubro de 1891, o Grande Oriente do Brasil passou a ter sua primeira loja com a mencionada orientação, a Eureka Lodge, do Rio de Janeiro. O povo maçônico brasileiro, do então Distrito Federal, ao saber que a referida loja trabalhava em inglês, CONFUNDIU-SE e imaginou, ERRONEAMENTE, que ela pertencesse ao RITO DE YORK. Sim, a citada loja trabalhava em Inglês, mas não possuía o mais remoto liame com o sistema NORTE-AMERICANO.

Porem, o grande equivoco GENERALIZOU-SE!, Em 21 de dezembro de 1912, o Grande Oriente do Brasil, cujo Grão Mestre era o Irm.’. Senador Lauro Nina Sodré e Silva, e a United Grand Lodge of England, cujo Grão Mestre era o Irm.’. Marechal Duque de Connaught, celebraram um tratado, pelo qual ficou estabelecida a criação do GRAND CONCIL OF CRAFT MASONRY IN BRAZIL, que, em português recebeu a DESACERTADA expressão GRANDE CAPITULO DO RITO DE YORK, mesmo sem ser CAPITULO e sem ser do RITO DE YORK. Era Grande Conselho, e não GRANDE CAPITULO. Não era Rito de York (repita-se).

È necessário ficar bem claro que os ingleses não usaram a expressão GRAND CHAPTER nem YORK RITE, mas (insista-se) GRAND CONCIL OF CRAFT MASONRY IN BRAZIL. A esse corpo maçônico passaram a pertencer as então sete lojas que, aqui, no Brasil, trabalhavam no Sistema Inglês: Edward VII, do Pará, Saint George, de Pernambuco, Duke of Clarence, da Bahia, Eureka, dó Rio de Janeiro, Wanderers, de São Paulo, e Morro Velho, de Minas Gerais.

Consultando treze dicionários da língua Inglesa, pude confirmar que o vocábulo CRAFT é equivalente aos vocábulos portugueses ARTE e OFICIO.

Por exemplo, CRAFT BROTHER é COMPANHEIRO de SERVIÇO, e CRAFT GUILD é associação de pessoas do mesmo oficio.

Saliento respeitosamente, que sempre tenho preferência pelo suporte didático do Longman Dictionary os Contemporary English, segundo o qual a definição do vocábulo Craft resume-se ao seguinte esclarecimento: ”All the members os a particular trade os profession as a group”.

Todos nós sabemos que o Irm.’. Mario Marinho de Carvalho Behring foi idealizador das Modernas Grandes Lojas Estaduais, fundadas a partir de 22 de maio de 1927 (GLESP), com a da Bahia. Sabemos. Igualmente, que, o Grande Oriente do Brasil, ele foi Grão Mestre Adjunto, em 1921, e Grão Mestre Geral, de 1922 a 1925. Mas, antes, quando ele era Primeiro Grande Vigilante , assumiu o Grão Mestrado Geral, interinamente, desde 18 de agosto de 1920 até 19 de novembro do mencionado ano,e, em tal cargo , assinou p Decreto Nº 655, de 20 de agosto de 1920, autorizando o pagamento do trabalho gráfico feito pela empresa tipográfica de George Kenning & Son, de Londres , Inglaterra, da tradução , em português, do Ritual usado pelos Ingleses, isto é, THE PERFECT CEREMONIES OF CRAFT MASONRY, cuja primeira edição (refiro-me, agora, ao original inglês, obviamente) havia sido aprovada pela United Grand Lodge of England, no século XIX, exatamente em 5 de julho de 1818. A tarefa, de traduzir, coube ao Irm.’. Joseph Thomaz Wilson Sadler, então M.’.C.’. da Lodge of Unity, de São Paulo , da qual ele havia sido V.’.M.’. em 1908. Não o fez com base naquela edição primeira. Fé-lo diante da edição de 1918, traduzindo-a sob o titulo CEREMONIAS EXACTAS da ARTE MAÇONICA (o “c”, intermediário, no adjetivo Exactas foi suprimido na reforma ortográfica elaborada pela Academia Brasileira de Letras, conforme histórica Sessão de 12 de agosto de 1943).

Há pouco tempo, um obreiro Inglês, residente na Capital de São Paulo, cedendo às consistentes provas que lhe apresnetei, curvou-se, em um primeiro momento, ao fato de ser errônea a expressão Rito de York, do modo que ela vem sendo usada no Brasil. Não obstante, agora, mudou de idéia, argumentando que continuaria, sim, a defender aquele uso, conforme fez o prestigioso Irm.’. Reginald Arthur Brooking, em 1830 quando Grand Chaplain (Grande Capelão ) do Grand Concil of Craft Masonry in Brazil.

Torna-se necessário que eu responda ao flagrante ilogismo daquele inaceitável argumento, e vou fazê-lo neste instante, nos termos seguintes:

Em primeiro lugar, o fato de alguém expender alguma asserção, ainda que possua respeitável autoridade, não nos obriga a que lhe sigamos as diretrizes, quando as evidencias mostrem o contrario. Se assim não fosse. O atual Papa João Paulo II seguiria o entendimento de Paulo V, Pontífice Católico, desde 1605 até 1621, que considerava a teoria do genial NICOLAU COPERNICO (Atinente ao duplo movimento dos planetas sobre si mesmos e à volta do Sol) contraria aos textos bíblicos.

Em segundo lugar, o focalizado Ir.’. Reginald Arthur Brooking, ao publicar um trabalho, no mencionado ano de 1930, intitulado Brasilian Freemasonry, cometeu um grande equivoco, apesar de seus conhecimentos maçônicos, ao relacionar as já referidas três lojas que trabalharam no autentico Rito de York Norte-Americano, isto é Vésper, a Washington e a Lessing, juntamente com doze Lojas do inominado Rito Inglês, vale dizer, Eureka, do Rio de Janeiro, Duque os Clarence , da Bahia , Morro Velho, de Minas Gerais, Eureka Central (Não confundamos com a primeira), do Rio de Janeiro, Unity, de São Paulo, Saint George, de Pernbambuco, Wanderers, de São Paulo (Santos) Edward VII, do Pará, Brasil, do Rio de Janeiro, FriendShip , do Rio de Janeiro (Niteroi), Centenary, de São Paulo, Campos Salles, de São Paulo, e Brasil Craft Masters, do Rio de Janeiro. De fato, aquele hibridismo configurou um desmesurado absurdo, pois aquelas três primeiras lojas, do autentico Rito de York norte-americano (que me seja indulgência da a quase-perissologia) não deveria ter sido relacionada com as outras, por que elas, as três primeiras , nunca pertenceram ao Grand Concil of Craft Masonry in Brazil.

Em 6 de maio de 1935 o Grande Oriente do Brasil, cujo G.’.M.’. era o Irm.’. General Jóse Maria Moreira Guimarães, e a United Grand Lodge of England, representada pelo Irm.’. Peter Swanson e pelo já citado Irm.’. Reginald Arthur Brooking, assinaram um Convenio Solene de Aliança Fraternal, fazendo com que, entre outros itens, o Grand Concil os Craft Masonry in Brazil deixasse de existir, e, assim as então dez lojas que, aqui, no Brasil trabalhavam no inominado Rito Inglês (não nos esqueçamos de que estou focalizando agora no ano 1935) passaram a pertencer à mencionada potencia maçônica britânica.

Eram já relacionadas no tratado de 21 de dezembro de 1912, menos a Saint George , de Pernambuco, e a EDWARD VII, do Pará, mais a FriendShip, do Rio de Janeiro, Centenary, de São Paulo, campos Salles, de São Paulo, e Royal Edward, do rio de Janeiro . E importante aduzir que mais tarde, em 4 de fevereiro de 1953, viria a ser fundada a Santo Amaro, cuja regularização ocorreu em 2 de maio daquele ano , data da expedição da carta Constitutiva (já vimos que , em inglês é Warrant of the Lodge).

Em 1976, um obreiro que viu luz maçônica em 30 de junho de 1922, sempre muitíssimo dedicado, porem sem conhecer alguma dês relevantes meandros históricos , ao providenciar uma nova edição do mencionado Ritual de 1920, inseriu-lhe, por conta própria , a catastrófica denominação Cerimônias Exatas do Rito de York, adulterando o titulo usado pelo Irm.’. Joseph Thomaz Wilson Sadler, ou seja, Ceremonias Exactas da Arte Maçonica. A aludida edição 1976, apesar de redigida em português, é pertinente à United Grand Lofge of England , pois foi elaborada para a Campos Salles Lodge, de São Paulo – SP, que , desde o Convenio de 6 de maio de 1935, já citado, é subordinada àquela potencia maçônica Inglesa.

Se os obsurdos fossem suscetíveis de mensurabilidade, o maior de todos estaria no fato de o Grande Oriente do Brasil, ao imprimir o seu próprio Ritual de inominado Rito Inglês (ou seja, do fictício Rito de York), consoante o Decreto Nº41, de 12 de dezembro de 1983, assinado pelo então S.’.G.’.M.’.Irm.’. Jair Assis Ribeiro, haver cometido a suprema incúria de copiar letra por letra o referido Ritual da Campos Salles Lodge, até mesmo o texto em que o V.’.M.’. mostra ao Neófito a Carta Patente e lhe entrega cópias dos livros da Constituição da United Grand Lodge Of England E claro que, ao invés de tal leitura e de tal entrega, oportador do Primeiro Malhete nunca deixaria de fazer a imperiosa adaptação concernente à citada potencia maçônica brasileira, corrigindo a imperdoável desatenção do editor.

Na esperança de ter apresentado pontos elucidativos, encerro estas considerações, remetendo o meu TFA aos Respeitáveis IIR.’. Leitores.

Irm.’. Joaquim da Silva Pires

Portador da Cruz da Perfeição Maçônica

Grande Oriente do Brasil

Ex-membro do Quatuor Coronati C.C. De Londres.

Como até hoje o RITO de YORK se Confunde com Ritual Inglês.

Matéria sedida por:

Anatoli Oliynik anatoli@netpar.com.br

Gr. Sec. Geral Adj. para o Rito de York do G.O.B.

RITO DE YORK

Os procedimentos do Rito de York são os mais antigos e os mais praticados em todo o mundo. Estima-se que cerca de 85% dos maçons os pratiquem.

A Grande Loja de Londres juntamente com as Grandes Lojas da Escócia e Irlanda, fundadas em 1717, 1725 e 1736, respectivamente, constituem as três mais antigas do mundo.

Na Inglaterra não havia denominação para rito tal como é hoje (Escocês, Francês, Adonhiramita etc). Poder-se-ia dizer que, para os ingleses, rito é o maçônico e ritual é um procedimento, uma prática especifica, o que eles chamam de working.

No Brasil costuma-se confundir Rito de York com Emulation Ritual, pensando que o segundo é também um rito. O primeiro é um rito, e o segundo, é um ritual utilizado pelo primeiro, conhecido no Brasil como ritual de Emulação. O Rito de York abriga em torno de sete tipos de rituais que muito se assemelham entre si cujas práticas variam de acordo com as regiões na Inglaterra. São eles: o Emulation, o Logic, o Taylor’s; o Alfaiate; o Bristol, o Stability e o West End.

Até 1717 as lojas maçônicas eram livres, isto é, não havia uma obediência que as aglutinassem. Com a fundação da Grande Loja de Londres algumas lojas inglesas passam a se subordinar a uma obediência central. Na cidade de York as lojas maçônicas continuaram independentes até 1751, quando surge uma Grande Loja rival denominada Grande Loja da Inglaterra ou Grande Loja de York.

Com a rivalidade entre as duas Grandes Lojas, a denominação Rito de York começa a tomar corpo. Na verdade, ainda não se trata de um rito, mas sim do procedimento adotado pelos maçons de York que divergiam em alguns poucos pontos dos procedimentos adotados pelos maçons de Londres. Com isso a denominação acaba se consagrando.

Na prática, não havia diferenças ritualísticas acentuadas que pudessem ser caracterizadas nos procedimentos ritualísticos da Grande Loja de Londres e Grande Loja de York. Na realidade trata-se de um mesmo procedimento, praticado tanto pelos "Antigos" quanto pelos "Modernos".

Rito de York por meio de seus procedimentos ritualísticos, é o mais próximo da maçonaria operativa, anterior a 1717.

Em 1813 ocorre a união [Act of Union] firmado entre as duas Grandes Lojas rivais inglesas dando origem a Grande Loja Unida da Inglaterra. A partir da união, vários rituais foram autorizados e escritos, dentre eles o ritual de Emulação.

Atualmente, há 157 Grandes Lojas no mundo, das quais a Grande Loja Unida da Inglaterra reconhece 107. Isso não implica dizer que as 50 Grandes Lojas não reconhecidas, sejam consideradas espúrias ou irregulares - simplesmente, não são reconhecidas.

É difícil precisar, exatamente, o número de lojas maçônicas no mundo. Sabe-se que há, aproximadamente, 50 mil lojas em jurisdições reconhecidas pela Grande Loja Unida da Inglaterra.

A Inglaterra com cerca de 48 milhões de habitantes e perto de 700 mil maçons, é a maior jurisdição, com 8.578 Lojas.

Na Capital - LONDRES -, com 7 milhões de habitantes na área metropolitana, existem cerca de 1.648 lojas maçônicas, com 150 mil maçons, aproximadamente.

Os EUA possuem 50 Grandes Lojas, com aproximadamente, 15 mil lojas maçônicas e 4 milhões de maçons.

Com 50 jurisdições os Estados Unidos contam com cerca de metade de todas as Grandes Lojas reconhecidas pela Grande Loja Unida da Inglaterra, Irlanda e Escócia.

Dos 4 milhões de maçons dos Estados Unidos, 3 milhões são do Rito de York, ou seja 75%. Entretanto, é oportuno frisar que o Rito de York praticado nos Estados Unidos difere do praticado na Inglaterra.

O Rito de York, na Inglaterra, não possui graus filosóficos. Apenas uma extensão do terceiro grau que não se constitui num grau. Esta extensão do terceiro grau, praticada pelos Capítulos ingleses, denomina-se, Real Arco ou Arco Real. Nos EUA, ele é constituído pelos 3 graus simbólicos e 4 graus filosóficos. Estas não são as únicas diferenças. Existem outras de ordem ritualística. Recomenda-se pois, não fazer comparações entre ambos os países.

No Brasil, as lojas maçônicas federadas ao Grande Oriente do Brasil adotam a linha inglesa ou seja, o Rito de York e o ritual de Emulação [Emulation Ritual]. Entretanto, existem muitas lojas ligadas a outras obediências que praticam o "iorques" ou seja, uma mistura entre o Rito de York e o Escocês que acaba resultando numa verdadeira barbárie ritualística. O total de maçons no mundo, em números exatos, é difícil de ser calculado, porque as informações não são completas.

Categoria Artigos (RSS), Historia (RSS), Trabalhos (RSS)