Arquivos do Mês de Janeiro 2007
Rei Athelstan
Postado Quinta-feira, 11 Janeiro, 2007 as 10:21 PM pelo Ir:. Angelo Andres Maurin Cortes
A "Ilha dos Bretões", antes que chegassem os romanos, no século II AC, esteve ocupada por povos bárbaros, entre os quais os celtas e os bretões. Depois dos romanos vieram os anglo-saxões, os dinamarqueses, os viquingues e os normandos, em invasões sucessivas.
Os primeiros reis da Inglaterra pertenceram ao grupo étnico dos anglo-saxões e constituíram a primeira dinastia real inglesa conhecida como a Casa de Wessex. Esses anglo-saxões eram um povo do noroeste da Germânia, que ocupou a ilha a partir do século IV e nela se mantiveram até a chegada dos normandos no século XI. Na busca de um ponto de partida consultamos a Grolier Multimedia Encyclopédia e encontramos, sob o verbete Kings and Queens of England, a lista completa dos reis da Inglaterra. Os primeiros sete reis anglo-saxões da Casa de Wessex são: Alfredo o Grande (871-899); - Eduardo o Antigo (899-924), filho de Alfredo; - Athelstan (924-939), Edmundo (939-946), e Edredo (946-955), três filhos de Eduardo; -Edwy (955-959) e Edgar (959-975), dois filhos de Edmundo.
Embora considerado oficialmente o primeiro rei da Inglaterra, Alfredo, o Grande, foi na verdade apenas o primeiro soberano a desenvolver atividades militares na defesa não só dos seus reinos de Wessex e da Mércia, mas de todo o solo da ilha contra os outros invasores, dando início assim aum sentimento de nacionalidade e plantando as primeiras sementes do futuro Reino Unido.
Alfredo, o Grande, nascido em 849 e falecido a 26 de outubro de 899, sucedera seu irmão Aethelred como rei de Wessex em abril de 871. Ambos, ele e seu irmão, eram filhos do Rei Aethelwulf. Alfredo, o único rei inglês denominado "O Grande", tornou-se famoso tanto por sua habilidade como líder guerreiro como por seu amor à cultura.
Amante das artes e da cultura, traduzir clássicos latinos para o inglês, o que denota que já então se falava e escrevia o inglês arcaico. Tinha a fama de grande monarca não só na Inglaterra, mas em toda a Europa, tanto que ficou historicamente conhecido como o "Carlos Magno" inglês. Ele e Carlos Magno (742-814) são apontados como os mais notáveis monarcas europeus do século IX.
Mário Curtis Giordani ( 6 ) nos informa que o Rei Alfredo mandou organizar um sistema oficial de registros, as crônicas anglo-saxônicas, para perpetuar, ano a ano, todos os fatos mais importantes do reino. Esse sistema de registros continuou nos reinados de Eduardo e de Athelstan, que cumpriram reinados tão eficientes quanto o pai e avô.
Alfredo teve cinco filhos: Athelflaed, casada com Ethelred, governador da Mércia; - Eduardo, de que falaremos a seguir; - Athelgifu, abadessa de Shaftesbury; - Aelfthrith casada com o Rei Balduino II de Flandres; - e Athelweard, falecido em 920.
Eduardo, denominado "o Antigo", sucedeu ao seu pai Alfredo como rei de Wessex em 899 ( ou 900). Nesse período estava a Inglaterra ainda dividida em inúmeros pequenos reinos independentes. Reinou de 899 a 924, e unificou a maior parte da Inglaterra ao sul do Humber. Empenhou-se, em conjunto com seu cunhado Ethelred, governador da Mércia, numa série de campanhas vitoriosas contra os dinamarqueses. Em 910 derrotou o exército dinamarquês. Com a morte de Ethelred, em 911, sua mulher Aethelflaed, também filha do rei Alfredo, assumiu o governo da Mércia como "Grande Dama". Era uma mulher guerreira e continuou as campanhas militares ao lado do irmão, comandando pessoalmente as forças mercianas.
Em 918 o Rei Eduardo virtualmente destruiu o poder dinamarquês na Ilha. Neste mesmo ano morreu Aethelflaed, e a Mércia foi incorporada ao reino de Wessex. Em 920 recebeu Eduardo a submissão do Rei Reagnald de York, e de outros pequenos reinos da Nortúmbria, de Gales e da Escócia. Faleceu em 17 de julho de 924, sendo sucedido imediatamente por seu filho Aelfweard, que morreu duas semanas depois e não chega a constar da lista oficial dos reis da Inglaterra, de modo que oficialmente Eduardo foi sucedido por Athelstan.
Eduardo conviveu sucessivamente com três mulheres, a saber:
a) Egwinn, uma concubina, provavelmente de uma família nobre da Mércia, que não chegou a ser rainha porque morreu antes que Eduardo subisse ao trono. Com ela teve o filho ATHELSTAN e também três filhas cujos nomes são desconhecidos. Uma delas teve papel importante na anexação de York, ao ser dada em casamento ao Rei Sithric; as outras duas se tornaram religiosas e santas conhecidas apenas localmente.
b) Aelftlaed, 2a esposa, com a qual teve os filhos Aelfweard, falecido em 924, duas semanas após a morte do pai; EDWIN, condenado ao afogamento em 933; Eadgifu, casada com Carlos, o Simples, rei dos Francos; Ealfhild, casada com Hugo, duque dos francos; Edith, casada com Oto I, imperador dos Germanos; e Ealfgifu, casada com um duque da região dos Alpes.
c) Eadgifu, 3a esposa, da qual teve o filho Edmundo, rei da Inglaterra (939-945), e Eadred (Edredo) rei da Inglaterra (945-955), sucessores de Athelstan: e Eadgifu, casada com Lewis, rei da Burgúndia Superior.
Mencionamos os casamentos das meio-irmãs de Athelstan porque este se valeu do expediente de oferecê-las em casamento a príncipes e poderosos da Europa paa conseguir e firmar alianças políticas.
Athelstan nasceu em 895, primeiro neto do Rei Alfredo, que o tomou logo como protegido e aficialmente o declarou seu herdeiro. Quando Alfredo faleceu em 899, sua educação foi confiada a sua tia Aethelflaed, mulher de Ethelred, governador da Mércia, companheira das campanhas militares do Rei Eduardo. Como Grande Dama da Mércia manteve, até sua morte em 918, Athelstan sob sua proteção e educação.
Essa educação recebida de uma mulher forte e de hábitos guerreiros certamente influenciou o caráter de Athelstan, tornando-o também o vigoroso rei que mostrou ser, levando a bom termo todas as suas campanhas militares de unificação da Inglaterra. Passou toda sua juventude no treino das armas, preparando-se para o trono.
Athelstan assumiu o trono de Wessex em 924 e logo foi aceito também como rei da Mércia, em cuja corte havia crescido. não houve aparentemente oposição a ele na Mércia. Contudo em Wessex a sucessão não parece ter sido tão tranqüila. Dizem velhas histórias saxônicas que Eduardo teria sucedido imediatamente após sua morte por seu filho Aelfweard que se julgava com direito ao trono por ser filho da rainha. Providencialmente veio a falecer duas semanas depois do pai, a 1° de agosto de 924, em condições não esclarecidas. O escritor medieval William Malmesbury (7) nos diz que Elfredo (Aelfweard) negava a Athelstan o direito ao trono por seu filho de concubina. Mas deve ter havido disputas outras, possivelmente até conspirações, pois Athelstan somente veio a ser coroado aficialmente rei da Wessex no dia 4 de setembro de 925, em Kingston.
Athelstan estava firmemente determinado a unificar sob sua coroa toda a ilha da Inglaterra, e continuar as campanhas de seu pai e avô. Começou por estabelecer, em 30 de janeiro de 926, uma aliança com Sithric, rei em York, na Nortúmbria, dando-lhe uma de suas irmãs em casamento. Sithric faleceu em 927 e logo o trono foi reclamado para Olaf, filho de Sithric, pelos viquingues da Nortúmbria. O Rei Guthfrith, de Dublin, da Irlanda, veio em seu auxílio. Athelstan os derrotou e expulsou, anexando a Nortúmbria ao seu reino em 927.
A supremacia de Athelstan foi reconhecida em Penrith em 12 de julho de 927, mas em seguida Guthfrith desfechou violento ataque contra York. Athelstan o derrotou e destruiu as fortalezas dinamarquesas da cidade de York. Portanto York foi submetida ao final de 927.
A seguir, durante três ou quatro anos, Athelstan se dedicou a estabelecer alianças ou submeter todos os demais reis dos pequenos estados ainda independentes. Estabeleceu um reconhecimento de poder com a Escócia. E então pela primeira vez na história toda a Inglaterra estava sob o comando de um só rei.
Ao fim desse período, no ano de 933, o Príncipe Edwin, seu irmão, foi condenado ao afogamento e executado por ordem de Athelstan. Os motivos dessa execução não parecem ter sido registrados pelas crônicas anglo-saxônicas, pois apenas as tradições os transmitiram. Retornaremos ao assunto.
Logo após a morte de Edwin, o Rei Athelstan moveu por terra e por mar uma repentina, inexplicável e violenta campanha militar contra o Rei Constantino da Escócia. São desconhecidas as razões desta campanha iniciada no ano de 934, pois Athelstan havia firmado a paz com aquele rei no ano anterior. Teria algo a ver com a suspeita de traição de Edwin. É uma questão que jamais será esclarecida definitivamente.
Dinamarqueses, escoceses e noruegueses formaram uma grande e poderosa coalizão militar para enfrentar as forças inglesas. Esta coalizão foi derrotada na famosa Batalha de Brunnanburh, no ano de 937, que é lembrada com orgulho nas crônicas anglo-saxônicas, pois foi a batalha que consolidou definitivamente toda a ilha da Inglaterra sob um só rei, tornando-a um país no conceito europeu de estado civilizado e cristão.
M.C. Giordani ( 8 ) faz uma observação importante com respeito ao espírito organizador do Rei Athelstan: "Na política interna lembremos as seguintes atividades:
1) reorganização administrativa, para adaptar as instituições governamentais até então existentes para o Wessex e a Mércia às novas dimensões do reino;
2) promulgação de leis que visavam sobretudo a manutenção da paz social interna;
3) desdobramento da organização eclesiástica com o fim de difundir a civilização cristã".
Ao final do seu governo estabelecera alianças com os países europeus casando suas irmãs com príncipes e potentados das casas reais da Europa Ocidental. Manteve, inclusive, relações de amizade com o rei escandinavo Harold II (936 - 986), o que o fez trazer parte para sua corte o filho deste, o Príncipe Haakon, que virtualmente adotou.
Athelstan morreu a 27 de outubro de 940.
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A MAÇONARIA BRASILEIRA PERANTE O FASCISMO E O INTEGRALISMO
Postado Quinta-feira, 11 Janeiro, 2007 as 2:14 PM pelo Ir:. Angelo Andres Maurin Cortes
Doutrina de um partido político --- Ação Integralista Brasileira --- criado depois do golpe de 1930, para combater o comunismo e todos os sistemas, ou correntes, considerados capazes de ajudar a infiltração comunista, no Brasil, o integralismo tinha, por base, o lema "Deus, Pátria e Família", ou seja, a religião católica (exclusivamente), a organização corporativista do Estado e a organização patriarcal da sociedade.
Fundado pelo escritor Plínio Salgado, o partido cresceu, a partir de 1932, graças ao apoio de considerável parcela do clero e de um grande número de intelectuais, além do fato de ter sido favorecido por uma conjuntura política que privilegiava os movimentos e as idéias baseadas no fascismo italiano e no nacional-socialismo alemão, liderado por Adolf Hitler.
O fascismo, no âmbito maçônico brasileiro, já vinha sendo combatido há muito tempo, em função da situação aflitiva das Lojas italianas, sob o regime liderado por Benito Mussolini. Em janeiro de 1925, as Oficinas brasileiras recebiam uma lista de subscrição em favor das Lojas italianas "victimas dos fascistas", acompanhada de uma carta, redigida em italiano. A Loja Piratininga, a mais tradicional de São Paulo, em fevereiro do mesmo ano, insurgia-se contra a perseguição movida por Mussolini às Lojas italianas e enviava, ao Grande Oriente do Brasil, uma prancha, solicitando que a Maçonaria brasileira protestasse contra essa perseguição e contra as idéias do fascismo.
O integralismo, um fascismo à brasileira, teve, na época, o apoio do governo ditatorial de Getúlio Vargas --- que empalmara o poder, quando do golpe de 1930 --- que o utilizou e colocou em prática muitas de suas idéias, não permitindo, porém, que os integralistas tivessem acesso ao poder. Todavia, com o crescimento, os seus adeptos, que usavam, em suas manifestações, camisas verdes e gestos nazi-fascistas, foram se tornando cada vez mais audaciosos, proporcionando tumultos de rua, em diversas capitais brasileiras, com maior ênfase para a Capital Federal da época --- Rio de Janeiro --- e para São Paulo, que era a base política de Plínio Salgado.
Em São Paulo, em 1934, a praça da Sé, marco zero da cidade, ficaria interditada, das 22,30 hs do dia 7 de outubro até ao meio-dia do dia 8, porque, ali, na tarde do dia 7, um domingo, durante cerimônia de entrega da bandeira de benção à corporação, os camisas verdes provocariam grandes distúrbios, durante os quais foram disparados tiros dos altos de diversos prédios. O prédio próprio da Loja Piratininga, ali localizado, na época, embora nada sofresse e embora não houvesse ninguém ali postado, que pudesse fazer os disparos, acabou sendo atingido pela interdição.
Diante disso tudo, no mês seguinte, a 6 de novembro de 1934, o Grande Oriente do Brasil, expedia, a todas as Lojas de sua jurisdição, assinada pelo Grande Secretário Geral, uma circular, onde informava que "o Conselho Geral da Ordem, em resolução referente a consultas de diversas Officinas, em relação a respectiva attitude em face do partido integralista, approvou o parecer da Comissão de Justiça seguinte: o integralismo e a maçonaria são instituições que se reppelem ; não deve a maçonaria admittir integralistas em seu seio, o que motiva em considerações que expõe ; os maçons integralistas renegam os principios liberaes maçonicos, prova já dada pelo respectivo procedimento na Italia, em Portugal e na Allemanha ; faz notar que ás Lojas compete deliberar sobre a conveniencia de conservar ou eliminar dos seus quadros os maçons que agem contra os principios maçonicos" . Portugal está aí incluído porque, a partir da Constituição de 1933, o país passava a ser uma república unitária e corporativa, sob a égide de Antônio de Oliveira Salazar, que, em 1928, fora convidado, pelo presidente Oscar Carmona, para ser ministro das Finanças.
Não se tem notícia de que tivesse havido exclusão de obreiros dos quadros das Lojas, pois algumas alegaram que não havia integralistas em seu seio, enquanto outras afirmavam que os que existiam em seus quadros haviam deixado o partido, por fidelidade à Maçonaria. Na realidade, porém, muitos dos maçons "camisas verdes", fanatizados pelas idéias integralistas, haviam deixado, espontaneamente, as Lojas e a instituição, passando, inclusive, a combatê-las.
Quando ocorreu o golpe de Estado de 10 de novembro de 1937, com a implantação da ditadura férrea do Estado Novo, a Ação Integralista, como todos os demais partidos, foi dissolvida. Todavia, em maio de 1938, os integralistas tentaram um contragolpe, malogrado, com assalto ao Palácio Guanabara, onde residia Getúlio Vargas. Quando da queda do ditador, em 1945, e a reorganização dos partidos, o integralismo voltou sob o nome de Partido de Representação Popular, mas já sem nenhuma expressão e nem repercussão, vindo a desaparecer, posteriormente.
--- José Castellani ---
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A CRIAÇÃO DO GRANDE CAPÍTULO DO RITO YORK
Postado Quinta-feira, 11 Janeiro, 2007 as 2:13 PM pelo Ir:. Newton Pontes
O Tratado de 1912 com a Grande Loja da Inglaterra
José Castellani
DECRETO No. 478
Lauro Sodré, Grão Mestre da Ordem Maçonica no Brasil;
Faz saber a todos os maçons e officinas da Federação que a Sob.: Assembléa Geral adoptou, na sess.: realisada a 21 de novembro findo, a seguinte
RESOLUÇÃO
Art. 1o. - Fica creado, no Or.: do Pod.: Centr.:, o Gr.: Cap.: do Rito de York, ao qual se subordinarão, liturgicamente, todas as lloj.: desse rito actualmente existentes no Brasil e as que de futuro fôrem fundadas.
Art. 2o. - O Gr.: Cap.: do Rito de York terá as mesmas attribuições que a Const.: e o Reg.: Ger.: da Ord.: conferem ás GGr.: OOff.: chefes de Rito, além das que lhe dá o accôrdo celebrado entre o Gr.: Or.: do Brasil e a Gr.: Loj.: Unida da Inglaterra.
Art. 3o. - De conformidade com o art. 58 e seu parag. 1o. da Const.:, esse Gr.: Cap.: se comporá de 33 membros effectivos, inclusive as altas DDig.: da Ord.: , dos quaes 7 serão nomeados pelo Sob.: Gr.: Mestr.: . Constituido assim provisoriamente o Cap.:, este elegerá então os outros 21 membros effectivos, procedendo-se depois á installação dos seus trabalhos.
O Pod.: Ir.: Gr.: Secr.: Ger.: da Ord.: Int.: encarregar-se-á da notificação e publicação deste decreto.
Dado e traçado na Gr.: Secretaria Ger.: da Ord.:, na cidade do Rio de Janeiro, no 1o. dia do 10o. mez do anno de 5913, V.: L.: --- 1o. de Dezembro de 1913, E.: V.: .
(ass.) Lauro Sodré 33 - Gr.: Mestr.: da Ord.:
Raymundo Floresta de Miranda 33 - Gr.: Secr.: Ger.: da Ord.: Int.:
A.O. de Lima Rodrigues - Gr.: Chanc.: ad hoc
Esse Decreto era o corolário do Tratado assinado entre o Grande Oriente do Brasil e a Grande Loja Unida da Inglaterra, no Rio de Janeiro, a 21 de dezembro de 1912.
Já havia, nessa época, um certo descontentamento entre os maçons de origem inglesa residentes no Brasil, os quais pretendiam ter Lojas do Rito, que trabalhassem segundo a orientação litúrgica da Grande Loja Unida da Inglaterra. Diante das súplicas desses obreiros, o Grão-Mestre da Grande Loja, o duque de Connaught, enviou uma missão ao Brasil, cujo objetivo era, se possível, obter o consentimento do Grande Oriente, para o estabelecimento de uma Grande Loja Distrital, no Brasil, colocada sob a Constituição inglesa; e, caso isso não fosse possível, que, pelo menos, fosse achada uma maneira de satisfazer aos anseios dos referidos obreiros ingleses.
Diante do êxito parcial da missão --- já que a Grande Loja Distrital só se concretizaria em 1935 --- foi assinado o tratado, que, redigido em português e inglês, estabelecia:
"O Grande Oriente do Brasil, representado pelo seu Grão Mestre Senador Lauro Sodré e Grande Secretario Geral Capitão Pedro Muniz, e a Grande Loja Unida da Inglaterra, representada pelos RResp.: IIr.: Lord Athlumney, F.H. Chevallier Boutell, H. Passmore Edwards, P. Tindal Robertson e J.J. Keevil, accordaram o seguinte:
Em vista das representações que á Grande Loja Unida da Inglaterra foram feitas a respeito da situação dos maçons no Brasil, que falam inglez, e querendo o mesmo Grande Oriente conservar inabalavel a velha e fraternal amizade, que sempre o uniu áquella Grande Loja, resolveu permittir, de accôrdo com o artigo 63 da Constituição, que seja creado um Grande Capitulo do Rito de York, com patente e sob a obediencia do Grande Oriente do Brasil.
Desde logo ficarão subordinadas a esse Grande Capitulo as seguintes sete Lojas do Rito de York:
Eduardo VII, ao oriente do Pará,
Saint George, ao oriente do Recife,
Duke of Clarence, ao oriente da Bahia,
Eureka No. 3, ao oriente do Poder Central,
Wanderers, ao oriente de São Paulo,
Unity, ao oriente de São Paulo,
Morro Velho, ao oriente de Minas Gerais
Esse Grande Capitulo será autoridade suprema, em materia liturgica, para todas as Lojas do Rito de York, actualmente existentes no Brasil e para aquellas que de futuro forem creadas.
D?ora em deante todas as Lojas do Rito de York, que se fundarem no Brasil, só poderão funccionar com autorisação do Grande Capitulo e as suas patentes serão por elle expedidas e assignadas pela administração do Grande Oriente do Brasil, nos termos da Constituição e leis deste Grande Oriente.
O Grande Capitulo se comporá de 33 membros effectivos, dos quaes 28 serão eleitos dentre os maçons pertencentes ás Officinas do Rito e 5 serão o Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil, o Grão Mestre adjunto, o Grande Secretario Geral da Ordem, o Grande Thesoureiro e o Grande Chanceller, que terão voto em todas as deliberações tomadas pelo Capitulo.
O Grande Capitulo terá direito de confeccionar o seu regulamento particular que só entrará em vigor depois de approvado pelo Conselho Geral da Ordem, devendo toda e qualquer alteração nelle introduzida ser submettida á approvação do referido Conselho.
O referido regulamento será obrigatorio para todas as Lojas do Rito de York existentes no Brasil e não poderá contrariar disposição alguma da Constituição e Regulamento Geral do Grande Oriente do Brasil, modelando-se, no entretanto, pelos principios liturgicos que regem a Grande Loja Unida da Inglaterra.
Annualmente o Capitulo apresentará ao Grão Mestre uma lista triplice de irmãos do seu quadro, dos quaes este escolherá um para seu delegado com o fim especial de fiscalisar as Lojas do Rito.
As actas do Capitulo serão escriptas em portuguez e inglez e toda a correspondencia, que só ser;a recebida e expedida pelo Grande Secretario Geral da Ordem, será traduzida para o portuguez.
Em troca desta concessão a Grande Loja Unida da Inglaterra compromette-se a conceder ao Grande Oriente do Brasil, quando este o solicitar, egual favor em relação aos maçons que falam a lingua portugueza e se acham sob a jurisdicção da mesma Grande Loja.
Grande Oriente do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 1912, E.: V.: .
A Commissão Ingleza
(assignados)
Lord Athlumney Lauro Sodré,
P.G.W. England Grão Mestre - F.H. Chevallier Boutell
D.G.M.A. Pedro Muniz,
Gr.: Secr.: Ger.: da Ord.: H. Passmore Edwards
P.G.D. England - P. Tindal Robertson
P.B. G.S. England
DISCURSO DO CAVALEIRO DE RAMSAY
Postado Quinta-feira, 11 Janeiro, 2007 as 12:37 PM pelo Ir:. Angelo Andres Maurin Cortes
Senhores, o nobre ardor que demonstrais para ingressar na nobilíssima e ilustríssima Ordem dos Franco-Maçons, é prova incontestável de que já possuís todas as qualidades necessárias para tornar-vos seus membros, isto é, a humanidade, a moral pura, o segredo inviolável e o gosto pelas belas-artes.
Licurgo, Sólon, Numa e todos os legisladores políticos não puderam tornar duradouros seus sistemas: por mais sábias que fossem suas leis, não puderam estender-se a todos os países e em todos os séculos. Por não terem em vista senão as vitórias e as conquistas, a violência militar e a proeminência de um povo sobre outro, não puderam tornar-se universais, nem se ajustar ao gosto, ao gênio e aos interesses de todas as nações. A filantropia não constituía sua base. O amor à Pátria, mal compreendido e levado ao excesso, destruía muitas vezes, naquelas repúblicas guerreiras, o amor e a humanidade em geral. Os homens não se distinguem essencialmente pela diferença das línguas que falam, dos hábitos que possuem, pelas regiões que habitam, nem pelas dignidades de que são revestidos. O mundo inteiro não é senão uma grande República, da qual cada nação é uma família e cada indivíduo, um filho. Foi para reviver e expandir essas máximas essenciais, inerentes à natureza humana, que foi inicialmente estabelecida nossa Sociedade. Queremos reunir todos os homens dotados de espírito esclarecido, de costumes morigerados e de humor agradável, não só pelo amor às belas-artes, mas também pelos grandes princípios de virtude, de ciência e de religião, nos quais o interesse da Confraria torna-se o interesse do gênero humano, nos quais todas as nações podem sorver conhecimentos sólidos e nos quais os súditos de todos os reinos podem aprender a se estimar mutuamente, sem renunciar à sua pátria. Nossos antepassados, os cruzados, reunidos de todas as partes da Cristandade na Terra Santa, quiseram reunir assim numa única confraria os indivíduos de todas as nações. Que gratidão não devemos a esses homens superiores, que, sem interesses subalternos, sem mesmo ouvir a vontade natural de domínio, imaginaram um estabelecimento cujo único objetivo fosse a reunião dos espíritos e dos corações, para torná-los melhores e formar, com o tempo, uma nação toda espiritual, na qual, sem derrogação dos diversos deveres impostos pela diferença dos Estados, se criará um povo novo, o qual, composto de várias nações, as cimentará todas, de uma certa maneira, pelo vínculo da virtude e da ciência.
A sã moral é a segunda disposição exigida em nossa sociedade. As ordens religiosas foram criadas para tornar os cristãos perfeitos; as ordens militares, para inspirar o amor à verdadeira glória; e a ordem dos Franco-Maçons para formar homens e torná-los amáveis, bons cidadãos, bons súditos, invioláveis em suas promessas, fiéis adoradores do Deus da Amizade, mais amantes da virtude do que das recompensas
Polliciti servare lidem, sanctumque vereri.
Numen amicitiae mores, non munera amare.
(As promessas de salvação são um grande ultraje ao que é puro, à vontade divina, aos costumes e à amizade e não são prova de bem querer. – Tradução: Fadista)
Com isto não queremos dizer que nos limitamos unicamente às virtudes civis. Temos entre nós três espécies de confrades: noviços ou aprendizes; companheiros ou professos; mestres ou perfeitos. Aos primeiros se explicam as virtudes morais; aos segundos, as virtudes heróicas, e aos últimos, as virtudes cristãs. De modo que nosso instituto encerra toda a Filosofia dos sentimentos e toda a Teologia do coração. Eis por que um dos nossos veneráveis confrades exclama:
Maçom Livre, ilustre Grão-Mestre,
Recebe meus primeiros entusiasmos.
Em meu coração a Ordem os fez nascer,
Sou feliz porque tão nobres esforços
Fazem-me merecer tua estima
E me elevam ao verdadeiro e ao sublime,
A primeira verdade,
A essência pura e divina,
Da alma celeste origem,
Fonte de vida e de iluminação.
Como uma filosofia triste, selvagem e misantropa afasta os homens da virtude, quiseram nossos antepassados, os cruzados, torná-la amável pela atração de prazeres inocentes, de uma música agradável, de uma alegria pura e de um contentamento razoável. Nossos festins não são o que imaginam o mundo profano e o ignorante vulgar. Todos os vícios do coração e do espírito dali são banidos e a irreligião e a libertinagem, a incredulidade e a devassidão são proscritas. Nossa refeição se parece com aquelas virtuosas ceias de Horácio, onde se exercitava tudo que pudesse ilustrar o espírito, moderar os sentimentos e inspirar o gosto pelo verdadeiro, pelo bom e pelo belo.
O noctes coenoeque Deum. . .
Sermo oritur, non de regnis domisbusve alienis
. . .sed quod magis at nos
Pertinet et nescire ma/um est, agitamus; utrumne
Divitiis bomines, an sint virtute beati;
Quidve ad amicitias usus rectumve trabat nos
Et qure sit natura boni, summumque quid ejus.
Assim, as obrigações que a Ordem vos impõe destinam-se a proteger vossos irmãos com a vossa autoridade, a esclarece-los com as vossas luzes, a edificá-los com as vossas virtudes, a socorre-los em suas necessidades, a sacrificar todo ressentimento pessoal e buscar tudo quanto possa contribuir para a paz e a união da sociedade.
Não temos segredos. Estes são sinais figurativos e palavras sagradas, que compõem uma língua ora muda, ora muito eloqüente, para a transmitir à maior distância e para reconhecer nossos confrades, qualquer que seja sua língua. Eram palavras de guerra que os cruzados davam-se uns aos outros para se prevenir contra surpresas dos sarracenos, que se infiltravam frequentemente entre eles, com o objetivo de os degolar. Esses sinais e essas palavras são um lembrete ou de alguma parte de nossa Ciência, ou de alguma virtude moral ou de algum mistério da Fé. Aconteceu conosco o que não aconteceu a quase nenhuma outra sociedade. Nossas Lojas foram fundadas e se espalharam em todas as nações civilizadas e, todavia, entre um tão grande número de homens jamais nenhum de nossos confrades traiu nossos segredos. Os espíritos os mais levianos, os mais indiscretos, os menos instruídos, para se calar, aprendem esta grande ciência ao entrar para a nossa Sociedade. Tamanha é a força sobre os espíritos exercida por tão grande idéia de união fraternal! Esse segredo inviolável contribui fortemente para ligar os indivíduos de todas as nações e para tornar fácil e mútua a comunicação dos benefícios entre nós. Temos vários exemplos disso nos Anais de nossa ordem. Nossos irmãos que viajavam por diversos países não precisavam fazer outra coisa que se fazer reconhecer em nossas Lojas, para ali serem cumulados imediatamente de todas as formas de auxílio; mesmo nos tempos de guerras mais sangrentas, ilustres prisioneiros encontraram irmãos onde só esperavam encontrar inimigos.
Se alguém faltasse às promessas solenes que nos unem, sabei, Senhores, que a pena que lhe imporíamos seriam os remorsos da consciência, a vergonha de sua perfídia e a expulsão de nossa Sociedade, conforme as belas palavras de Horácio:
Est et lideli tuta silentio
Merces; vetabo qui Ceresis sacrum
Vulgaris arcanum; sub iisdem
Sit trabibus, Iragilemque mecum
Salvat phaselum. . .
Sim, meus Senhores, as famosas festas de Ceres em Elêusis, de Isis no Egito, de Minerva em Atenas, de Urânio entre os fenícios e de Diana na Cítia tinham relação com as nossas. Ali se celebravam Mistérios, nos quais se achavam vários vestígios da antiga Religião de Noé e dos Patriarcas. Terminavam com banquetes e libações e ali não se conheciam nem a intemperança, nem os excessos em que os pagãos caíram aos poucos. A origem dessa infâmia foi a admissão de um e de outro sexo às assembléias noturnas contra a instituição primitiva. Foi para prevenir contra tais abusos que as mulheres foram excluídas de nossa Ordem. Não somos tão injustos para considerar o sexo como incapaz do segredo. Mas a sua presença poderia alterar insensivelmente a pureza de nossas máximas e de nossos costumes.
A quarta qualidade requerida em nossa ordem é o gosto pelas ciências úteis e pelas artes liberais. Assim exige a Ordem de cada um de vós a contribuição, por vossa proteção, por vossa liberalidade ou por vosso trabalho, para uma imensa obra, para a qual nenhuma Academia seria suficiente, porque sendo todas essas sociedades compostas de uma quantidade muito pequena de membros, seu trabalho não pode abranger um objetivo tão extenso. Todos os Grãos-Mestres da Alemanha, da Inglaterra, da Itália e de outros países exortam todos os sábios, e todos os artífices da Confraria para que se unam e forneçam a matéria para um Dicionário Universal das Artes Liberais e das Ciências úteis, só excetuadas as da Teologia e da Política. A obra já foi iniciada em Londres e com a união de nossos confrades será possível levá-la à perfeição dentro de poucos anos. Ali se explicam não só as palavras técnicas e sua etimologia, como também a história de cada Ciência e de cada Arte, seus princípios e maneira de operar. Com isto se reunirão as luzes de todas as nações numa só obra, que será como uma biblioteca universal do que há de belo, de grandioso, de luminoso, de sólido e de útil em todas as Ciências e em todas as Artes nobres. Essa obra aumentará em cada século, conforme o aumento das luzes, e difundirá por toda parte a emulação e o gosto pelas coisas belas e úteis.
O nome Franco-Maçom não deve, portanto, ser tomado num sentido literal, grosseiro e material, como se nossos instituidores tivessem sido simples trabalhadores em pedra ou gênios puramente curiosos, que quisessem aperfeiçoar as Artes. Eles eram não só hábeis arquitetos, que queriam consagrar seus talentos e seus bens à construção dos Templos exteriores, mas também príncipes religiosos e guerreiros, que quiseram iluminar, edificar e proteger os templos vivos do Altíssimo. É o que vos pretendo mostrar, ao vos expor a História, ou antes, a renovação da Ordem.
Cada família, cada república, cada império, cuja origem se perde numa antiguidade obscura, tem sua fábula e sua verdade, sua lenda e sua história. Há quem remonte nossa instituição aos tempos de Salomão, outros a Moisés, outros a Abraão, alguns até a Noé e mesmo até a Enoque que construiu a primeira cidade, ou até a Adão. Sem pretender negar essas origens, passo a coisas menos antigas. Eis aqui, portanto, uma parte do que recolhi nos antigos anais da Grã-Bretanha, nas atas do Parlamento britânico, que se referem muitas vezes aos nossos privilégios, e na tradição viva da nação inglesa, que foi o centro de nossa Confraria a partir do século XI.
No tempo dos cruzados na Palestina, vários príncipes, senhores e cidadãos uniram-se e professaram o voto de reconstruir os templos dos cristãos na Terra Santa e de se empenharem na reconstituição de sua arquitetura primitiva. Estabeleceram vários sinais antigos e palavras simbólicas, tirados do fundo da Religião, para se fazer conhecer entre si em meio aos infiéis e sarracenos. Esses sinais e essas palavras só eram comunicados àqueles que prometiam, solenemente, e muitas vezes ao pé dos altares, jamais os revelar. Essa promessa sagrada não era, portanto, um juramento execrável, como é tachada, mas um bem respeitável para unir os cristãos de todas as nações numa mesma irmandade. Pouco tempo depois, nossa Ordem se uniu intimamente com os Cavaleiros de São João de Jerusalém. Desde então, nossas Lojas trouxeram todas o nome de Lojas de São João. Essa união se fez a exemplo dos israelitas, quando levantaram o segundo templo. Enquanto manejavam a trolha e a argamassa com uma mão, traziam a espada e o escudo na outra.
Nossa Ordem não deve ser, por conseguinte, considerada como uma renovação das Bacanais, mas como uma Ordem moral, fundada na antiguidade e renovada na Terra Santa por nossos antepassados, para restabelecer as mais sublimes verdades em meio aos inocentes prazeres da Sociedade. Os reis, os príncipes e os senhores, de volta da Palestina para seus Estados, ali fundaram diversas Lojas. No tempo dos derradeiros cruzados, viam-se várias Lojas estabelecidas na Alemanha, na Itália, na Espanha, na França e daqui para a Escócia, dada a estreita aliança dos escoceses com os franceses. Jacques, Lord Steward da Escócia, era o Grão-Mestre de uma Loja estabelecida em Kilwin, no oeste da Escócia no ano MCCXXXVI, pouco depois da morte de Alexandre III, rei da Escócia, e um pouco antes de Jean Baliol subir ao trono. Esse senhor recebeu como Franco-Maçons, em sua Loja, os condes de Glocester e de Ulster, um inglês, o outro, irlandês.
Pouco a pouco nossas Lojas e nossas solenidades foram negligenciadas na maioria dos lugares. Daí a razão de, entre tantos historiadores, só os da Grã-Bretanha falarem de nossa Ordem. Ela, todavia, se conservou em seu esplendor entre os escoceses, a quem nossos reis (da França) confiaram durante vários séculos a guarda de suas sagradas pessoas.
Após os deploráveis reveses dos Cruzados, da deterioração dos exércitos cristãos e do triunfo de Bendoidar, sudão do Egito, durante a oitava e última cruzada, o grande príncipe Eduardo, filho de Henrique III, rei da Inglaterra, vendo que não havia mais segurança para seus confrades na Terra Santa, de onde se retiravam as tropas cristãs, os reconduziu todos, e essa colônia de Irmãos estabeleceu-se na Inglaterra. Como esse príncipe tinha tudo que faz os heróis, amou as belas-artes, declarou-se protetor de nossa Ordem, concedeu-lhe novos privilégios e, então, os membros dessa confraria assumiram o nome de Franco-Maçons, a exemplo de seus antepassados.
A partir dessa época, a Grã-Bretanha foi a sede de nossa Ordem, a conservadora de nossas leis e a depositária de nossos segredos. As discórdias fatais de religião que tumultuaram e dilaceraram a Europa no século XVI, levaram à degeneração da nobreza de origem dá Ordem. Vários ritos e usos que eram contrários aos preconceitos do tempo foram mudados, disfarçados ou suprimidos. Foi assim que muitos de nossos confrades esqueceram, como os antigos judeus, o espírito de nossas leis, e delas não retiveram senão a letra e a casca. Alguns remédios começaram a ser aplicados. Não se trata senão de continuar e de reconduzir tudo à sua primeira instituição. Esta obra não pode ser muito difícil num Estado em que a Religião e o Governo não poderiam ser senão favoráveis às nossas leis.
Das Ilhas Britânicas a Arte Real começa a se estender na França, sob o reinado do mais amável dos reis, cuja humanidade anima todas as virtudes, e sob o ministério de um mentor que realizou tudo o que se poderia imaginar de fabuloso. Nesta época feliz em que o amor à paz tornou-se a virtude dos heróis, a nação, uma das mais espirituais da Europa, tornar-se-á o centro da Ordem. Ela se estenderá sobre nossas obras, nossos estatutos e nossos costumes a graça, a delicadeza, o bom gosto, qualidades essenciais numa Ordem cuja base é a Sabedoria, a Força e a Beleza do Gênio. Será em nossas Lojas, no futuro, como nas escolas públicas, que os franceses verão, sem viajar, os caracteres de todas as nações, e que os estrangeiros aprenderão, por experiência, que a França é a pátria de todos os povos. "Patria gentis humanae”.
A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciatica.
Jean Palou
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Gerald Rudolph Ford
Postado Quinta-feira, 11 Janeiro, 2007 as 12:05 PM pelo Ir:. Angelo Andres Maurin Cortes
In Honor of Gerald Rudolph Ford,
The 38th President of the United States, Born 1913
Called Home by the Grand Architect December 2006.
GERALD RUDOLPH FORD(1913-2006 )
Thirty-eighth President (1974-1977)
http://www.yorkrite.com/ford.html
Historia de la Masoneria
Postado Quinta-feira, 11 Janeiro, 2007 as 9:10 AM pelo Ir:. Angelo Andres Maurin Cortes
Ivan Herrera Michel
La redacción básica de este texto es fruto de un poco más de un año de labor; los datos son el resultado de muchos años de coleccionar libros, apuntes, recortes y fotocopias de revistas y periódicos, lecturas, citas de autores, visitas a bibliotecas públicas y privadas, traducciones al castellano, consultas al Internet, conversaciones con especialistas en diferentes disciplinas, conversaciones con Masonas y Masones de múltiples nacionalidades, etc. O sea, que provienen de un cajón de sastre que he organizado con honestidad y sin prejuicios para que este no sea un libro propagandístico, sino un texto de historia.
Lo realmente mío es el enfoque del libro - que es el resultado de la visión que he adquirido en más de 23 años de trajinar Masónico -, así como el espíritu didáctico liberal sin verdades oficiales, ni datos velados, ocultos o “tratados”.
Cada dato del libro “HISTORIA DE LA MASONERÍA” ha sido verificado objetivamente y sometido al examen de la razón. Cuando encontré un debate acerca de una hipótesis histórica así lo manifiesto, y las veces que me topé con un detalle que no pude confirmar con otras fuentes historiográficas, me abstuve de consignarlo. De todos modos, este trabajo es un vistazo a lo que se ve desde mi balcón.
También, he querido que el libro vaya más allá de un manual de historia. Lo he redactado en forma no muy extensa y accesible a todos, apoyándome permanentemente en fuentes reales, para que sea leído en un vuelo de avión de una hora, o para ser llevado a la playa, o para que lo graben en un medio electrónico sin que ocupe más de un Megabyte, o para que le lean un capítulo por noche, o para que lo cuelguen en un blog y lo bajen rápido. También he procurado que cualquiera que sea la forma electrónica de tenerlo, transportarlo o regalarlo, esto no signifique una erogación mayor a un centavo de Dólar de USA.
Tampoco es un texto para especialistas, sino más bien un resumen para aprendices que se están formando una primera idea de lo que es la institución a la que le van a dedicar en el futuro su tiempo y algo de su dinero, ya que solo con conocimientos y sensibilidades sólidas y veraces por parte de sus nuevos agentes puede la Masonería sostener su futuro.
Sin embargo, los estudiosos encontraran muchas pistas para profundizar, ya que las claves de la Masonería trascienden las fronteras ideológicas generacionales, y en consecuencia el futuro debemos definirlo con antelación en una imagen que sea respetada por la sociedad.
El Autor
Diciembre de 2006
Libro: Historia de la Masoneria (PDF)
A Maçonaria e a Religião
Postado Quarta-feira, 10 Janeiro, 2007 as 8:55 AM pelo Ir:. Petri
A crença em Deus é uma condição absoluta e insuperável para o ingresso na Maçonaria e converte-se numa verdade comum a todos os maçons, que consideram a Deus como o criador do Universo e da vida. Em respeito a todas as religiões, a Maçonaria estabeleceu como fórmula denominar a Deus como o Grande Arquiteto do Universo. Mesmo que acreditar em Deus pressupõe a crença numa vida futura, a Maçonaria exige subsidiariamente esta crença.
Também a Maçonaria considera indispensável a existência de um Livro da Lei, o livro que, conforme a crença, se supõe conter a verdade revelada por Deus. Conforme o credo predominante na nação onde a Loja maçônica estiver localizada, este Livro poderá ser a Bíblia, o Antigo Testamento, a Torah, o Corão, etc. Todos os iniciados prestam seu juramento sobre o Livro da Lei Sagrada aberto, significando a revelação do ato que liga a consciência do iniciante. Mas a Maçonaria não propõe nenhum sistema de fé próprio e não tem como finalidade primordial prestar culto a Deus. Inclusive, mesmo sendo acessível aos homens de todas as crenças religiosas proíbe, expressamente, toda discussão religiosa-sectária em seus Templos. Pelo exposto fica claro que a Maçonaria não é uma religião. Mas a partir do século 17, o período conhecido como Operativa, cede seu passo para a Maçonaria Especulativa ou Moderna, produzindo-se um desenvolvimento espetacular em todos os países da Europa, promovendo dentre seus membros a busca da verdade, o conhecimento do homem e do meio em que vive, exaltando a virtude da tolerância e rejeitando todas as afirmações dogmáticas e fanatismo. Em 1723 é publicada a conhecida como primeira Constituição Maçônica do Reverendo anglicano, maçom, James Anderson, na Inglaterra, que faculta aos maçons de seguir a crença religiosa que lhe convenha, deixando a cada um a liberdade de suas convicções próprias desde que sejam homens probos e honestos, não importando que crença professem.
Os tempos eram outros e conforme a essa mentalidade do passado, diríamos, já superada com o desenvolvimento da razão humana, houve uma reação da Igreja Católica romana, para "defender" sua doutrina, aparentemente sendo atacada pela Maçonaria. Diversos Papas, a partir de 1738, emitiram Bulas, Encíclicas e Cânones proibindo a participação dos católicos na Maçonaria. Como explicação adicional aclaramos que uma Bula é um decreto papal e, por tanto, deve ser obedecido pelo povo católico; uma Encíclica é uma circular emitida pelo Papa para esclarecer e orientar os fieis sobre pontos da fé, doutrina e dogmas da Igreja Católica; um Cânon é um ato jurídico que tem força de decreto-lei e passa a formar parte do Código Jurídico Canônico. Durante muitos anos o relacionamento entre as duas Instituições foi muito precário. Hoje em dia, felizmente, existe um entendimento e muita boa vontade entre a Igreja Católica e a Maçonaria permitindo ver com otimismo o futuro deste relacionamento.
Em 1928 acontece uma reunião em Aquisgrán entre o padre jesuíta Hermann Grüber e os maçons Lang, Lenhoff e Reichel, que concordam na necessidade de suprimir de ambos lados, os meios não objetivos, caluniosos e ofensivos. Durante a 2ª Guerra Mundial, o Núncio Roncalli, futuro Papa João XXIII, trabalhou junto aos maçons Riandey e Marsaudon da Resistência francesa. No 2º Concílio do Vaticano houve planejamentos ecumênicos bem diferentes das posições intolerantes do passado. Em Fevereiro de 1969, o advogado Allec Mellor, pede autorização do Vaticano, que é concedida, para ser iniciado na Loja Esperança Nº 35, da Grande Loja Nacional da França em 28 de Março do mesmo ano. Desde 1974 os Cânones 2335 e 2336, os mais rigorosos em contra da Maçonaria, começam a ser questionados. Em 14 de Outubro de 1968 de um diálogo entre o Grão Mestre da Grande Loja Unida da Alemanha, Theodor Vogel, e o Cardeal de Viena, Franz Köening, surge uma comissão formada por maçons e autoridades eclesiásticas que tiveram muitas reuniões e ao término delas foi divulgada a Declaração de Lichtenau em 5 de Julho de 1970, onde pregava o fim da controvérsia e manifestando que as Bulas referentes à maçonaria somente tem valor histórico, sem sentido nos tempos atuais e tornando a Lei Canônica impossível a uma Igreja que ensina amar seus semelhantes.
Em 1984 aparece um Novo Código de Leis Canônicas, a SACRAE DISCIPLINAE LEGIS, que de 2412 artigos cai para 1728. Este novo Código expurga a excomunhão aos maçons, mas a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, através de seu Prefeito, o Cardeal Ratzinger, afirma: "os fieis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da sagrada comunhão".
Em 1992, depois de 10 anos de trabalho, foi publicado um novo Regulamento Geral da Cúria Romana, dentre os 130 artigos, subsiste a proibição de aderir a instituições e associações cujas finalidades são incompatíveis com a doutrina e a disciplina da Igreja.
Em 1993 começam em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, reuniões entre autoridades da maçonaria brasileira e do catolicismo, conforme idéia de Dom José Ivo Lorscheiter, então Secretário Geral da Confederação Nacional de Bispos Brasileiros (CNBB) e aprovada pelo Vaticano. Desde seu início, os encontros são realizados em Porto Alegre, registrados em atas e distribuídas aos participantes, para prosseguimento posterior das discussões. Estas se fazem geralmente em cima de temas sobre os quais existam possíveis "divergências doutrinárias" entre as partes. A idéia é que a Igreja e a Maçonaria devem se entender e caminhar paralelamente, podendo, inclusive, realizar atividades conjuntas naquilo em que possuam em comum, sem prejuízo algum de suas identidades.
No mesmo ensejo de colaboração estreita entre as duas Instituições, tem sido já corriqueiro dentro das Lojas maçônicas do Brasil a participação em palestras de representantes da Igreja Católica, que são recebidos com todas as honras.
Os esforços na procura singela da verdade, durante séculos, longe de sectarismos, estão conduzindo os homens livres pelos mesmos caminhos, iluminados pela luz que vem de Deus.
Para terminar, repetimos que a Maçonaria não é uma religião e não há como estabelecer diferenças doutrinárias nem filosóficas com a Igreja Católica ou qualquer outra fé. É à Maçonaria muito importante a realização de trabalhos em conjunto com as Igrejas, sempre em favor do bem comum da sociedade.
A Maçonaria esteve, está e sempre estará de braços abertos para todos aqueles desejosos em construir uma sociedade melhor.
Autor: Desconhecido.
Bolívar e Barreiro
Postado Terça-feira, 09 Janeiro, 2007 as 8:31 PM pelo Ir:. Angelo Andres Maurin Cortes
Primeiro Maçons e Depois Guerreiros
A data 7 de agosto se comemora mais uma vez a batalha de Boyacá, ação que selou a independência de Colômbia do reino espanhol e que constituiu o ultimo ato de um cenário muito antes de 1717, quando a Maçonaria foi estabelecida na Inglaterra com o nome de “Grand Lodge of England”".
Rapidamente o pensamento maçônico que prega “Todos os homens são iguais, livres e capazes de alcançar a virtude [...] argumentando que a única escravidão é a ignorância e a verdadeira liberdade, o saber”, prontamente se difundiu pela Europa e nas Américas anglo saxonas para inspirar a luta de muitas instituições e dos homens que a conformavam. Foi assim como em 1786 Thomas Jefferson escreveu o famoso texto na Declaração da Independência e três anos mais tarde, a maçonaria francesa outorgava diretrizes ao movimento revolucionário, apoiando a luta contra o feudalismo e respaldo a implementação aos “Direitos do Homem”, proclamados em agosto de 1789, ato que permitiu segurar a instauração de um governo democrático. Em 29 de agosto de 1793 foi declarada a abolição da escravidão.
A maçonaria nas Antilhas pode-se afirmar que o movimento de independência americano teve a sua origem nas ilhas Antilhanas com a criação, em 1739, de uma loja maçônica em Kingston, Jamaica. Em 1742 fundou-se outra em Port Royal, dada a importância de esta praza com o porto naval, que servia como centro principal de operações para coroa espanhola.
Já em 1806 – escreve Américo Carnicelli – “Se encontraram baixo a jurisdição da Grande Loja da Jamaica dezenove loja das quais algumas ainda subsistem. Na ilha de Jamaica foi um grande centro maçônico para as Américas onde participavam todos os latino-americanos oriundos de diferentes colônias espanholas [...]”.
Muitos homens da Nova Granada, Venezuela, Equador, Chile, Centro América e México, e pelos acontecimentos políticos ocorrendo na Europa e por influencia e efeitos da revolução francesa, desejavam a independência das colônias da América da Coroa Espanhola.
Os membros das lojas patrióticas do general Miranda tinham um especial interesse em controlar a chegada ao porto de Cadiz, entrada principal, e as cidades de Madrid e de Londres de onde os indivíduos procediam das colônias hispano-americanas, com o fim de estudar e atraí-los para a causa da emancipação americana, tornando-os membros das lojas “mirandistas”, das quais tinham como objetivo realizar a independência das colônias espanholas. Nestas lojas se afiliaram uma grande casta dos nossos lideres: Antonio Nariño, o Precursor; Francisco de Paula Santander, José Maria García de Toledo, Juan Salvador de Narváez, José Fernández Madrid, Antonio Morales e Galaviz, Manuel Rodríguez Torices, José Ignacio París, Francisco Javier de Uricoechea, Domingo Caycedo, Francisco Montoya, Pedro Acevedo, Vicente Azuero, Florentino González, entre outros. O influxo de esta “corrente”, também atraiu aos capitães e soldados dos exércitos do Rei, como o coronel derrotado em Boyacá, José María Barreiro e Monjón.
Bolívar na Europa
Com seus 21 anos, Simon Bolívar se encontra em Paris e sua avidez de conhecimento chama atenção do sábio Humboldt, quem o convida a participar de reuniões secretas com científicos do calibre de Gay Lussac, Pierre Simon Laplace, George Cuvier e Louis Nicolas Vauquelin. Esta interação com tão eminentes membros da maçonaria permitiu a Bolívar ter uma opinião distinta do conhecimento pregado e implantado pelo clero.
Com seu mestre Simon Rodriguez, o mundo da política e a filosofia começam adquirir um ar renovador. Rodriguez influenciou na leitura de afamados filósofos e da política como: Voltaire, Montesquieu e Rousseau, cujos livros compartilham, discutiam e analisavam na luz dos acontecimentos do Novo Mundo.
Bolívar reflexiona, discute e medita com seu mestre a visão geopolítica de um sistema de governo distinto ao da monarquia que reinava na Europa: Os direitos dos humanos, os processos eleitorais a renovação constante dos quadros dos governos; a independência dos poderes: Executivo, legislativo, judicial, eleitoral moral; modelos de constituição, a liberdade de culto, a educação gratuita, reforma agrária, escravidão e os direitos dos homens; a autodeterminação dos povos, opressão espanhola; em fim todo um contexto revolucionário que mudaria a forma de pensar e atuar dos povos.
Para Bolívar foi surpreendente saber que Rousseau foi maçom, ao igual que seu compatriota Francisco de Miranda, quem teve uma trajetória impressionante nas revoluções mais importantes do século: francesa e americana. Miranda utilizou seus contatos na logia para organizar a fracassada invasão a Venezuela: Fruto de esta atividade foi a fundação em Londres da logia “Grande Reunião Americana”, onde cinco anos depois, Bolívar contato Miranda, logo que autarquia e o clero em Venezuela se revelo contra autoridade de Napoleão.
Ingresso na Ordem
Ávido de conhecimento que se abriria na frente dos seus olhos, Bolívar pede ao seu mestre o ingresso na Sociedade secreta, ante a restrição que impõem a ordem, na qual só podiam ingressar intelectuais levados por outros maçons. Assim ambos chegam na logia de Saint Alexandre D´Escocês localizada em Paris, sendo apresentado pelo seu mestre Simon Rodriguez na sua condição de maçom. Já em logia e para sua surpresa, conheceu homens da altura de George Washington; Benjamín Franklin; José de San Martín; Ambrosio O'Higgins; Amadeus Mozart; Louis de Montesquieu; Napoleão Bonaparte; os filósofos da época: Denis Diderot, Friedrich Hegel, Johann Herder; Alcalá Galiano; entre outros personagens, assim como os filósofos gregos da antiga Alexandria, todos eles eram maçons praticantes e participavam nas Sociedades secretas, e muitas das suas obras e inventos, surgiram nas logias, como resultado de compartilhar idéias e conhecimento.
O Juramento
Em 7 de janeiro de 1806 Bolívar faz seu juramento ante os iniciadores da maçonaria, términos filosóficos que sugere "Arquiteto de uma Moral Universal e Construtor do Templo Espiritual Invisível":
“Juro por Deus e por São João, pelo Esquadro e o Compasso, me submeter ao julgamento de todos, trabalhar ao serviço do meu Mestre na honorável logia, de segunda pela manhã aos sábados, e guardar as chaves, baixo a pena de que me seja arrancada a língua e de ser enterrado baixo as ondas, lá onde nenhum homem o sabra”.
Na Ata
Com a assinatura de Bolívar, a logia Saint Alexandre D'Escosse, de París, entregou a seguinte ata:
“A la gloria del Gran Arquitecto del Universo, y el undécimo mes Del año de la Gran Luz 5805, los trabajos de Compañero han sido abiertos al este por el Respetable Hermano de Latour d'Auvergne, alumbrando el oeste y el sur de los Respetables Hermanos Thory y Potu: La lectura de la última plancha trazada ha sido hecha y aprobada, el Venerable ha propuesto que se eleve al grado de Compañero al Hermano Bolívar nuevamente iniciado a causa de un próximo viaje que está a punto de emprender. El parecer de los hermanos habiendo sido unánime por su admisión y el escrutinio favorable, el Hermano Bolívar ha sido introducido en el Templo y después de las formalidades necesarias ha prestado a los pies del Trono la obligación usual, colocado entre los dos Vigilantes ha sido proclamado Caballero Compañero Masón de la Respetable Madre Logia Escocesa de San Alejandro de Escocia. Este trabajo ha sido coronado por un triple Huze y el Hermano, después de haber dado las gracias, ha ocupado su lugar a la cabeza de la Columna del Mediodía.”
Os trabalhos estão encerrados segundo o acostumado.
Na terceira oportunidade em que Bolívar viajou a Europa em 1810, visita a logia dos “Cavaleiros Racionais”, fundada por Francisco de Miranda em 1798, onde se discutia o destino das republicas americanas conforme o juramento anterior. Em Londres Bolívar recebe o Grau de Mestre Maçom na logia “LONDON” Nº 5 do Oriente da Inglaterra.
Bolívar regressa a Venezuela co uma visão distinta da historia e da religião que se conjugam em um ideal de Emancipação, como o prometeu naquele juramento que fez ante seu mestre, tendo com cenário o Coliseu Romano, os vestígios de um império que sucumbiu pela depredação e imoralidade, que com seus mesmos erros reinava a Espanha. Na Venezuela fundou conjuntamente com Miranda, a Logia "PROTETORES DAS VIRTUDES" No. 1 no Oriente de Barcelona, e “ORDEM e LIBERDADE” No. 2, que ainda existem em Caracas ““.
A historia de Bolívar e Barreiro
A seguinte historia, ocorreu em 1820 e foi narrada por Juan Mier Hoffman, e praticamente desconhecida para nós e esta descreve fielmente a convicção maçônica de Bolívar e da grandeza que este alcançou pelos seus membros de esta instituição quando atuam de acordo aos seus postulados.
“Ironicamente, Bogotá, a capital, esta no poder dos patriotas venezolanos, enquanto que Caracas, a outra capital, permanece no poder dos espanhóis. Bolívar esta imerso na frustração e na impotência de continuar a sua luta, suas poucas provisões só permitiram manter a poucos homens cobertos na selva, em um intento de proteger infrutuosamente na rota que podria conduzir a Morillo ate a capital da Nova Granada. Durante quatro meses, os exércitos de Bolívar se vigiam mutuamente, se observam,se analisam, mas não tentam nenhuma ação”.
“Curiosamente, Bolívar e Morillo nunca se haviam enfrentado, sem embargo, ambos se respeitavam e conhecem de suas proezas militares. Morillo, um herói da guerra contra Napoleão, era o oficial, mais destacado do exercito Espanhol. Sua missão? Submeter aos insurretos venezuelanos. Contava com o poder militar mais devastador que conheceu na América: soldados treinados para matar, as armas mais sofisticadas, os melhores cavalos, milhares de cabeças de gado e dinheiro em abundancia para alimentar sua tropa. Para Morillo, Bolívar era um guerrilheiro, cujas proezas militares ocupavam as primeiras páginas dos jornais europeus, e seus triunfos, galhardia e heroísmo, o tinham convertido no paládio da juventude. Mas o tempo conspirava contra os venezuelanos. Bolívar escreve a Santander: “Quase todos os soldados partiram para suas casas; as provisões de boca estão reduzidas; os homens estão cansados de comer banana: banana pela manhã, banana a tarde e banana a noite. Os doentes estão morrendo de fome. Nos vamos ter um conflito com o demônio”
“Presidente de duas nações, herói de mil batalhas, libertador dos povos e nem sequer conta com dinheiro para cobrir suas necessidades. Em uma correspondência fechada em 20 de Mio de 1820, se evidencia o desespero do Libertador quando escreve: “Meu cabo primeiro ganhou uns reais ao padre de São Ceyetano, e com este nos esta mantendo, Já não temos onde cair morto:Tudo esta se acabando e já nos morremos na miséria”.
O tempo passa e a inatividade consumia a intranqüilidade de Bolívar:”Dia a dia passo a pensar e a noite no sonho, nos fazemos castelos no ar, mesmo que ninguém seja melhor arquiteto do que eu”.
Mas quando tudo parecia perdido e a revolução parecia cair na derrota sem ter disparado um tiro, OCORRE O MILAGRE!!!
O Milagre
“Bolívar recebe uma boa noticia: Na Espanha os generais Rafael Del Riego y Antonio Quiroga encabeçam umas revoluções liberais, que obrigam ao Rei Fernando VII a jurar a Constituição de 1812, que abre uma democracia em esta nação e põe um freio ao absolutismo da monarquia Espanhola”. Esta nova realidade política suspende a expedição militar que estava disposta a reforçar o poderio militar de Espanha nas Américas ““.
“Este golpe de sorte para causa libertadora lhe permite a Bolívar ganhar o tempo necessário para re-organizar seus decadente exercito, No momento no chegariam os reforços solicitados pelos realistas. Morillo recebe instruções da Espanha:...” Se lhe ordena obter uma trégua com seus revoltados patriotas”, ao que Morillo respondeu energicamente “Estão loucos! Os que mandam na Espanha não conhecem quem manda neste país nem os inimigos nem as circunstancias, querem que passe por uma humilhação de negociar com o inimigo? Farei porque a minha a profissão é a subordinação e obediência”.
Decepcionado com esta nova realidade política do seu país e obrigado pelas circunstancias a negociar com seu maior inimigo, em 17 de junho de 1820, envia um Manifesto ao general Simon Bolívar, acordando a suspensão das hostilidades.
O Encontro
"Em 27 de novembro de 1820, Simón Bolívar e Pablo Morillo acordaram se reunir na aldeia de Santa Ana de Trujillo. Tudo há sido preparado para que este transcendental encontro, onde por primeira vez ambos olharam para suas caras. Morillo montado no seu cavalo de imponente estampa, esta rodeado pelo seu estado major e espera impacientemente, enquanto Bolívar não tinha um exercito para deslumbrar seu inimigo. Na distancia aparece Bolívar, sozinho e sem escoltas, chegando mais perto ele vem cavalgando uma humilde mula parda. Chega no momento crucial e com a reticência própria do nervosismo pela inimizade e o ódio alimentado em tantas batalhas, ambos generais estendem suas mãos para cumprimentar...”.
"Surpresa eles descobre que a pesar de estar em bandos opostos, ambos não só tinham em comum a indiscutível liderança para se conduzir na guerra, se não que também eram Irmãos maçons. Da forma em que seus dedos”. Polegares” se entrecruzaram, davam um claro sinal da Irmandade em que os obrigava a honrar a com fraternidade do ser humano por cima das paixões e para surpresa de todos os presentes, de imediato veio um forte abraço, como se em lugar de gladiadores que uma vez tingiram de sangue os campos de batalha, eram dois Irmãos de sangue que se reconciliaram logo de batalhar em bandos opostos.”
“O coronel realista Vicente Bausá descreveu o encontro: Morillo e Bolívar comeram juntos todo o dia e juraram uma fraternidade e filantropia interminável. A comida foi disposta pelo general Morillo e foi tão alegre e animado, que não parecia se não que eram antigos amigos. O general Morillo com toda sua sinceridade do seu coração chorou de prazer, brindou pela concórdia e uma fraternidade mutua. Todo foi em abraços e beijos. Os generais Morillo e Bolívar subiram em pé sobre a mesa a brindar pela paz e as valentes de ambos exércitos”.
“A Irmandade que a maçonaria prega e obriga tinha feito um milagre, com estes dois titães de guerra, Quem pensaria que ate ontem eram dois sanguinários combatentes dispostos a se matar e matar todo mundo? Bolívar e Morillo deram uma lição para historia, ao depor as paixões para honrar o Ser e a Irmandade que deve existir entre todo sos homens e mulheres de boa vontade. Por que quando se tem ideais e um coração nobre, não importam as diferenças descabeladas que pareçam, por que quando se atua de boa fé, se tem convicções e se acredita nos princípios, o homem cresce nas adversidades e da um sentido a sua existência. Ambos eram destacados cada um nas suas posições antagônicas; mas sem embargo encontraram um ponto de convergência que os uniu como seres humanos, mas que como militares entregues a uma causa”.
"Na manha seguinte, soldados de um e do outro lado do bando arrastavam uma pesada pedra, onde ambos generais acordaram em erigir uma pirâmide que comemoraria ao encontro maçônico. A pirâmide, como símbolo da Irmandade da Franco - Maçonaria, sinalaria o lugar onde Bolívar e Morillo fizeram honra ao Ser humano, para que recordemos que sem importar o ódio e as diferenças, sempre encontraremos um ponto de coincidência onde o amor e a fraternidade e capaz de unir aos homens e fazer milagres e como uma lição para estes tempos dificieis que vive a humanidade,onde as paixões políticas, religiosas, raciais e econômicas que mantem em uma guerra fraticida ao gênero humano, Bolívar e Morillo honraram ao Ser e demonstraram uma galhardia incomparável”.
Morillo ficou deslumbrado pela personalidade do Libertador Bolívar, tanto assim, que dias depois, 15 de dezembro, regressa a Espanha para nunca mais voltar a Venezuela, com estas palavras que dirige ao seu Rei Fernando VII:
“Nada e comparável a insaciável atividade de este caudilho. Seu arrojo e o seu talento são seus títulos para se manter na cabeça da revolução e da guerra; mas e verdade que tem uma nobre estirpe Espanhola traços e qualidades que o fazem ser superior a quantos o rodeiam. Bolívar é a revolução”.
Morillo entendeu a mensagem de Bolívar quando este se apresentou na frente do seu exercito sozinho e sem escolta. A mensagem era clara: “A Espanha não lutava contra um homem nem contra um aguerrido exercito, Espanha lutava contra um ideal; e quando o ideal esta na consciência, do povo esta é invencível”.
Ref: “El Compás”